06/7 – Dia Mundial das Zoonoses


 

O termo zoonose é derivado das palavras gregas zoon – animal e nosos – doença.

Zoonoses são doenças infecciosas de circulação animal que podem ser transmitidas para os seres humanos diretamente ou através de uma espécie intermediária. Os animais, portanto, desempenham um papel essencial na manutenção de infecções zoonóticas – bacterianas, virais ou parasitárias – na natureza.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem mais de 200 tipos de zoonoses e o que se conhece é apenas uma pequena parcela dos vírus que existem na natureza. Muitos deles são descobertos quando uma nova zoonose é detectada. Ao todo, cerca de três quartos das novas doenças (ou doenças conhecidas que ressurgem em novas formas), sejam virais ou bacterianas, foram transmitidas por animais.

Cerca de 60% das doenças infecciosas humanas têm sua origem em animais; pelo menos 75% das doenças infecciosas emergentes do ser humano, incluindo Ebola, HIV e gripe, têm origem animal; 5 novas doenças humanas aparecem todos anos e 3 delas são de origem animal. Por todo o mundo, as zoonoses respondem por 62% da Lista de Doenças de Notificação Compulsória.

Transmissão de zoonoses:

A transmissão pode ocorrer de forma direta, principalmente através do contato com secreções (saliva, sangue, urina, fezes, carcaças) ou contato físico, como arranhaduras ou mordeduras. De forma indireta, pode acontecer por meio de vetores como mosquitos e pulgas, por contato indireto com secreções, pelo consumo de alimento ou água contaminados com o agente (viral, bacteriano, fúngico ou parasitário), entre outras. Outra forma comum de transmissão é a que acontece durante o abate de animais.

Prevenção e controle:

As ações de prevenção das zoonoses caracterizam-se por serem executadas de forma temporária ou permanente, dependendo do contexto epidemiológico, por meio de ações, atividades e estratégias de educação em saúde, manejo ambiental e vacinação animal.

Os métodos de prevenção de doenças zoonóticas diferem para cada patógeno, mas várias práticas são eficientes na redução do risco.

No nível comunitário:

– Diretrizes seguras no cuidado com os animais no setor agropecuário ajudam a reduzir o potencial surto de zoonoses de origem alimentar por ingestão de carnes, ovos, laticínios ou mesmo vegetais;
– Padrões para água potável e remoção de resíduos, bem como a proteção para águas superficiais no ambiente natural;
– Campanhas educativas para promover a lavagem das mãos após o contato com animais e outros ajustes comportamentais.

No nível pessoal:

– Lavar as mãos com água e sabão antes de ingerir alimentos;- Desinfetar alimentos, como verduras e vegetais, utilizando uma colher de sopa de água sanitária para cada um 1 litro de água;
– Cozinhar bem os alimentos, como carnes, ovos e leite;
– Manter a vacinação dos animais domésticos e rurais em dia;
– Evitar contato com fezes, urina e carcaça de animais;
– Evitar contato com esgoto e águas contaminadas;
– Não deixar água parada em vasos de plantas ou outros recipientes que possam acumular água;
– Limpar calhas e manter a caixa d’água bem tampada;
– Examinar roupa e calçados antes de vesti-los;
– Não acumular entulhos e folhas próximos a casa;
– Não matar animais que são predadores naturais, como gaviões, gambás, corujas e macacos;
– Combater a proliferação de ratos e baratas.

De acordo com o estudo (em inglês) “Prevenir a Próxima Pandemia: Doenças Zoonóticas e Como Quebrar a Cadeia de Transmissão”, entre as tendências que impulsionam o surgimento de doenças zoonóticas estão a crescente demanda por proteína animal, a expansão agrícola intensiva e não sustentável, o aumento da exploração da vida selvagem e a crise climática.

“Se continuarmos explorando a vida selvagem e destruindo os ecossistemas, podemos esperar um fluxo constante de doenças transmitidas de animais para seres humanos nos próximos anos” (Inger Andersen, diretora-executiva do PNUMA).

Em 6 de julho de 1885 o cientista francês Louis Pasteur administrou pela primeira vez e com sucesso a vacina antirrábica por ele desenvolvida em um jovem que havia sido mordido por um cão. Em sua homenagem, o Dia Mundial das Zoonoses é comemorado em 06/7.


Fontes
:

Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária (PANAFTOSA/SPV-OPAS/OMS)
Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo
KIMURA, Leda Maria Silva. Principais zoonoses
Ministério da Saúde
Núcleo de Telessaúde da Unifesp
Prefeitura de Manhuaçu (MG)