11/10 – Dia Nacional de Prevenção da Obesidade


 

O Dia Nacional de Prevenção da Obesidade foi instituído pela Lei nº 11.721/2008, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da sua prevenção, livre de estigma e  com informações baseadas em evidências científicas que comprovam o aumento do risco de diversas doenças entre as pessoas obesas, tais como: diabetes, hipertensão, doenças do coração e até mesmo alguns tipos de câncer.

O aumento da prevalência de obesidade acontece, sobretudo, devido à alimentação inadequada e ao sedentarismo – mudanças comportamentais que ocorreram, principalmente, nas últimas décadas caracterizam o problema como uma epidemia mundial.

A estimativa para 2025 é de 2,3 bilhões de adultos acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade, portanto com o índice de massa corporal (IMC) acima de 30Kg/m².

Dados da pesquisa Vigitel (Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico), do Ministério da Saúde, mostram que, em 2006, 1 em cada 10 (11,8%) adultos residentes nas capitais brasileiras e no Distrito Federal viviam com obesidade. Em 2019, essa proporção dobrou para 2 em cada 10 (20,3%) adultos.

A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que a obesidade atinge cerca de 6,7% dos adolescentes. Já entre os adultos, cerca de 96 milhões de pessoas, ou seja 60,3% apresentam excesso de peso e 26,8% obesidade com maior prevalência entre as mulheres.

Ao longo de 17 anos a prevalência de obesidade mais que dobrou entre a população adulta brasileira, passando de 9,6% para 22,8% entre os homens e de 14,5% para 30,2% nas mulheres. Assim, o desenvolvimento de estratégias clínicas e implementação de medidas públicas devem sempre serem estimuladas para a prevenção e tratamento da obesidade.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é caracterizada pelo excesso de gordura corporal depositada em diferentes partes do corpo, podendo desencadear um baixo grau de inflamação, levando à coexistência de vários fatores de risco para a saúde, bem como a associação com outras doenças, entre estas: diabetes, dislipidemias, síndrome metabólica, aterosclerose, doenças cardiovasculares, doenças pulmonares, esteatose hepática não alcoólica, distúrbios do sono, transtornos do humor, e mais recentemente a Covid-19.

É importante mencionar que a obesidade é decorrente de múltiplos fatores, o que dificulta o seu tratamento. De forma simplificada os fatores relacionados a fisiopatologia da obesidade podem ser endógenos (genéticos, psicológicos e associados a alterações do eixo neuroendócrino-metabólico) e exógenos (hábitos alimentares, sedentarismo, qualidade do sono), devendo os fatores exógenos serem controlados, visando o combate à obesidade.

O diagnóstico da obesidade é realizado a partir da avaliação do estado nutricional, pelo cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), que considera as medidas do peso corporal e estatura do indivíduo.

É calculado dividindo-se o peso (em kg) pela altura ao quadrado (em metros): IMC = Peso ÷ (Altura × Altura).

Calcule aqui seu IMC!

Além do IMC, avaliações da composição corporal e circunferência de cintura podem complementar o diagnóstico da obesidade.

Para o seu tratamento sugere-se equipes interdisciplinares, incluindo médicos, nutricionistas, fisiologistas do exercício físico, fisioterapeutas e psicólogos, dependendo da gravidade.

As mudanças no estilo de vida são fatores essenciais para promover o emagrecimento e prevenir a obesidade. Nesse sentido, a prática regular de exercícios físicos associada à melhora do hábito alimentar são comportamentos que devem ser incorporados na rotina.

Da mesma forma, a atenção para a escolhas e atitudes alimentares é essencial para o sucesso na prevenção e tratamento da obesidade. Optar por alimentos in natura ou minimamente processados evitando o consumo de fast food, aumentar a ingestão de frutas, vegetais e cereais integrais, ter regularidade nos intervalos realizados entre as refeições e, sempre que possível, criar um planejamento alimentar rotineiro para todos os dias da semana são mudanças benéficas que devem ser implementadas.


Políticas Públicas

O Brasil conta com o internacionalmente celebrado Guia Alimentar para a População Brasileira. Publicado em 2014 pelo Ministério da Saúde, o instrumento visa “apoiar e incentivar práticas alimentares saudáveis no âmbito individual e coletivo, bem como para subsidiar políticas, programas e ações que visem a incentivar, apoiar, proteger e promover a saúde e a segurança alimentar e nutricional da população”.

 

Fontes:

Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO)
Conselho Regional de Nutrição – 2a. região/RS
Escola Paulista de Enfermagem
Escola Paulista de Medicina
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)