22/5 – Dia Mundial da Pré-eclâmpsia


 

A pré-eclâmpsia é uma complicação na gestação caracterizada pela elevação da pressão arterial, representando grande perigo para a mãe e o bebê. Para alertar sobre o diagnóstico precoce e a importância do tratamento e acompanhamento durante o pré-natal até o parto.

Aumentar a conscientização sobre a pré-eclâmpsia como uma complicação da gravidez com risco de vida, organizações de saúde materna em todo o mundo uniram forças para criar o Dia Mundial da Pré-eclâmpsia, comemorado em 22 de maio, desde 2017.

A doença é uma das principais causas de morbimortalidade materna e perinatal no Brasil e no mundo – 80.000 mortes maternas e 500.000 mortes infantis são atribuídas a ela em todo o mundo, anualmente.

Os distúrbios hipertensivos da gravidez (DHGs) são responsáveis ​​por cerca de 16% das mortes maternas nos países de baixa renda e, especificamente, um quarto das mortes maternas na América Latina e um décimo de mortes maternas na África e na Ásia.

No Brasil, estima-se que essa condição acometa cerca de 15% das gestantes. Os dados brasileiros indicam que a mortalidade materna por síndromes hipertensivas alcance até 170 óbitos maternos a cada 100 mil nascidos vivos em serviços especializados em alto risco obstétrico – o que reforça o entendimento de que a hipertensão na gravidez é uma das principais causas de morte materna evitável. Além disso, estima-se que cerca de 25% dos partos prematuros ocorram em casos de pré-eclâmpsia materna.

 

Conhecida popularmente como a pressão alta da gravidez, a pré-eclâmpsia é uma síndrome que provoca alterações sistêmicas (renais, cerebrais e hepáticas) e que surge durante a segunda metade da gestação.

A identificação de fatores de risco ao seu desenvolvimento pode auxiliar na prevenção e no diagnóstico precoce da doença. Os principais são: hipertensão arterial crônica (aquela já existente), diabetes, obesidade e sobrepeso, lúpus, trombofilia, gestação de gêmeos, gravidez depois dos 35 anos e antes dos 18 anos e gestações com intervalos longos (mais de 10 anos).

A hipertensão arterial induzida pela gestação e a hipertensão arterial crônica podem evoluir para a pré-eclâmpsia, quando passam a apresentar complicações renais, sendo este o estágio inicial da doença. Os outros dois estágios são a pré-eclâmpsia com sinais de gravidade, quando a pressão arterial é igual ou superior a 160/110 mmHg e existem danos além do renal, como dor de cabeça, náuseas ou vômitos e anemia; e a eclampsia, quando ocorre a convulsão da gestante. Nesse estágio, há também o risco de Acidente Vascular Cerebral, de sangramento hepático e óbito da gestante e do feto.

Como a doença impede o desenvolvimento adequado da placenta, a monitorização da gestação deve ser feita de perto, uma vez que o único tratamento definitivo é o parto, procedimento que deve ser realizado para salvaguardar a vida da mãe e do feto no momento mais oportuno. No entanto, até que os riscos do parto prematuro possam ser diminuídos para o feto, o tratamento da mãe se baseia no controle da pressão arterial e das demais complicações associadas.

 

O acompanhamento adequado da gestante pela assistência pré-natal pode identificar precocemente os fatores de risco e, o tratamento rápido – não só da pré-eclâmpsia, mas de todas as outras doenças e complicações associadas – garantem a sobrevida materna e neonatal.

 

Fontes:

Action on Pre-Eclampsia (APEC) – Reino Unido
Agência de Notícias da Universidade Federal de Pernambuco
Faculdade de Medicina de Botucatu (Universidade Estadual Paulista)
Núcleo de Telessaúde da Universidade Federal de São Paulo
Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS)
Preeclampsia Foundation (USA)
Rede de Saúde da Divina Providência (RS)