24/3 – Dia Mundial de Combate à Tuberculose e 24 a 31 – Semana Nacional de Mobilização e Luta Contra a Tuberculose


Conscientizar o público sobre as devastadoras condições de saúde, sociais e econômicas da tuberculose (TB) e intensificar os esforços para acabar com a epidemia global de tuberculose, são os objetivos da data que marca o dia em que, em 1882, o Dr. Robert Koch anunciou que havia descoberto a bactéria que causa a tuberculose, abrindo caminho para o diagnóstico e a cura dessa doença.

A tuberculose continua sendo o assassino infeccioso mais mortal do mundo. Todos os dias, mais de 4000 pessoas perdem a vida devido à tuberculose e cerca de 30.000 ficam doentes com esta doença evitável e curável. Cerca de 10 milhões de pessoas adoecem por tuberculose no mundo e mais de um milhão morrem, anualmente. No Brasil, a doença é um sério problema da saúde pública, com profundas raízes sociais. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose.

O tema do Dia Mundial da TB 2020 – ‘Chegou a hora’ – enfatiza a urgência de acelerar urgentemente a resposta à tuberculose, de acordo com os compromissos assumidos pelos líderes globais em 2018, durante a Reunião de Alto Nível das Nações Unidas:

– ampliar o acesso à prevenção e ao tratamento;
– construir responsabilidades;
– garantir financiamento suficiente e sustentável, inclusive para pesquisa;
– promover o fim do estigma e da discriminação;
– promover uma resposta equitativa, baseada em direitos e centrada nas pessoas.

A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch (em homenagem ao Dr. Robert Koch, descobridor da causa da doença).

Transmissão:

A tuberculose é uma doença de transmissão aérea e ocorre a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse das pessoas com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), que lançam no ar partículas que contêm bacilos.

Calcula-se que, durante um ano, numa comunidade, um indivíduo que tenha baciloscopia positiva e que não esteja em tratamento, possa infectar, em média, de 10 a 15 pessoas.

Má alimentação, falta de higiene, tabagismo, alcoolismo, uso de drogas ilícitas ou qualquer outro fator que provoque baixa resistência orgânica, também favorece o estabelecimento da doença.

Sintomas:

O principal sintoma da tuberculose é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, recomenda-se que toda pessoa com tosse por três semanas ou mais, seja investigada para tuberculose. Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como:

– febre vespertina;
– sudorese noturna;
– emagrecimento;
– cansaço/fadiga.

Tratamento:

O tratamento da tuberculose é feito com medicamentos e dura, no mínimo, seis meses. É gratuito e disponibilizado no Sistema Único de Saúde (SUS), devendo ser, preferencialmente, em regime de Tratamento Diretamente Observado (TDO). Além da construção do vínculo entre profissional de saúde e a pessoa com tuberculose, o TDO inclui a observação da ingestão dos medicamentos pelo paciente, sob a observação de um profissional de saúde ou outros profissionais capacitados.

A pessoa com tuberculose deve ser orientada, de forma clara, quanto às características da doença e do tratamento a que será submetida, bem como sobre o uso dos medicamentos, duração e regime de tratamento, benefícios do uso regular dos medicamentos, possíveis consequências do uso irregular dos mesmos e eventos adversos. Todas as pessoas que seguem o tratamento corretamente ficam curadas da doença.

Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias de terapia, encontra-se muito reduzida. No entanto, o ideal é que as medidas de controle sejam implantadas até que haja a negativação da baciloscopia, tais como cobrir a boca com o braço ou lenço ao tossir, manter o ambiente bem ventilado e com bastante luz solar. O bacilo é sensível à luz solar, e a circulação de ar possibilita a dispersão de partículas infectantes. Com isso, ambientes ventilados e com luz natural direta diminuem o risco de transmissão.

Atenção importante deve ser dada quanto a orientar o paciente para que não abandone o tratamento, pois, logo nas primeiras semanas ele já se sentirá melhor. Porém, deve realizar o tratamento até o final, independentemente da melhora dos sintomas. O tratamento irregular pode complicar a doença e resultar no desenvolvimento de tuberculose resistente aos medicamentos utilizados.

Prevenção e controle:

A principal maneira de prevenir a tuberculose é com a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), disponível gratuitamente no SUS. Essa vacina deve ser dada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até 04 anos, 11 meses e 29 dias de idade e protege contra as formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a meníngea.

Ainda como medida preventiva, é necessário avaliar familiares e outros contatos do paciente para que não desenvolvam a forma ativa da tuberculose.

A tuberculose é um dos agravos fortemente influenciados pelos determinantes sociais, apresentando relação direta com a pobreza e a exclusão social. Assim, além dos fatores relacionados ao sistema imunológico de cada pessoa e à exposição ao bacilo, o adoecimento por tuberculose, muitas vezes, está ligado às condições precárias de vida, afetando grupos populacionais em situações de maior vulnerabilidade:

– indígenas;
– pessoas privadas de liberdade;
– pessoas que vivem com HIV/aids;
– pessoas em situação de rua.

Fontes:

International Union Against Tuberculosis and Lung Disease (The Union)
Ministério da Saúde
Organização Mundial da Saúde
Stop Tb