27/11 – Dia Nacional de Luta contra o Câncer de Mama


A data foi instituída pela Lei nº 12.116/2009 e tem como objetivo conscientizar a população sobre a doença, seu tratamento e, principalmente, sobre a sua prevenção.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que 59.700 casos novos de câncer de mama no Brasil foram diagnosticados durante o biênio 2018-19, com um risco estimado de 56,33 casos a cada 100 mil mulheres.

Sem considerar os tumores de pele não melanoma, esse tipo de câncer também é o primeiro mais frequente nas mulheres das regiões Sul (73,07/100 mil), Sudeste (69,50/100 mil), Centro-Oeste (51,96/100 mil) e Nordeste (40,36/100 mil). Na Região Norte, é o segundo tumor mais incidente (19,21/100 mil).

A estimativa de novos casos para 2020, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é de 66.280 e o número de mortes: 17.763, sendo 17.572 mulheres e 189 homens.

O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células da mama. Esse processo gera células anormais que se multiplicam, formando um tumor.

Há vários tipos de câncer de mama. Por isso, a doença pode evoluir de diferentes formas. Alguns tipos têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem mais lentamente. Esses comportamentos distintos se devem a características próprias de cada tumor. O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença.

Causas:

O câncer de mama não tem somente uma causa. A idade é um dos mais importantes fatores de risco para a doença (cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos). O câncer de mama de caráter genético/hereditário corresponde a 5% a 10% do total de casos da doença.

Outros fatores que aumentam o risco da doença são:

Fatores ambientais e comportamentais:

– obesidade e sobrepeso após a menopausa;
– sedentarismo e inatividade física;
– consumo de bebida alcoólica;
– exposição frequente a radiações ionizantes (Raios-X).

Fatores da história reprodutiva e hormonal:

– primeira menstruação antes de 12 anos;
– não ter tido filhos;
– primeira gravidez após os 30 anos;
– parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos;
– uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona);
– ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos.

Fatores genéticos e hereditários*:

– história familiar de câncer de ovário;
– casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos;
– história familiar de câncer de mama em homens;
– alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.

* A mulher que possui um ou mais desses fatores genéticos/hereditários é considerada com risco elevado para desenvolver câncer de mama, porém, isso não significa que a mulher, necessariamente, terá a doença.

É importante ressaltar que não ter amamentado não é fator de risco para câncer de mama. Amamentar o máximo de tempo possível é um fator de proteção para o câncer. Então, o não aleitamento promove a perda de um fator de proteção, o que é diferente de significar fator de risco.

Exposição a determinadas substâncias e ambientes, como agrotóxicos, benzeno, campos eletromagnéticos de baixa frequência, campos magnéticos, compostos orgânicos voláteis (componentes químicos presentes em diversos tipos de materiais sintéticos ou naturais, caracterizados por sua alta pressão de vapor sob condições normais, fazendo com que se transformem em gás ao entrar em contato com a atmosfera), hormônios e dioxinas (poluentes orgânicos persistentes altamente tóxicos ao ambiente). São normalmente os subprodutos de processos industriais e de combustão que estão associados ao desenvolvimento da doença.

Os profissionais que apresentam risco aumentado de desenvolvimento de câncer de mama são os cabeleireiros, operadores de rádio e telefone, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, comissários de bordo, trabalhadores noturnos.

As atividades econômicas que mais se relacionam ao desenvolvimento da doença são as da indústria da borracha e plástico, química e refinaria de petróleo.

Sinais e sintomas:

O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio dos seguintes sinais e sintomas:

– nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher;
– pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
– alterações no bico do peito (mamilo);
– pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;
– saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos.

É recomendada a mamografia para mulheres a partir dos 50 anos, assim como exames periódicos de rastreamento para verificar lesões pequenas, imperceptíveis ao apalpar. Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados por um médico para que seja avaliado o risco de se tratar de câncer.

É importante que as mulheres observem suas mamas sempre que se sentirem confortáveis para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem técnica específica, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamárias.

Em caso de permanecerem as alterações, elas devem procurar logo os serviços de saúde para avaliação diagnóstica. A postura atenta das mulheres em relação à saúde das mamas é fundamental para a detecção precoce do câncer da mama.

Diagnóstico:

Um nódulo ou outro sintoma suspeito nas mamas deve ser investigado para confirmar se é ou não câncer de mama. Para a investigação, além do exame clínico das mamas, exames de imagem podem ser recomendados, como mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética. A confirmação diagnóstica só é feita, porém, por meio da biópsia, técnica que consiste na retirada de um fragmento do nódulo ou da lesão suspeita por meio de punções (extração por agulha) ou de uma pequena cirurgia. O material retirado é analisado pelo patologista para a definição do diagnóstico.

Tratamento:

Muitos avanços vêm ocorrendo no tratamento do câncer de mama nas últimas décadas. Há hoje mais conhecimento sobre as variadas formas de apresentação da doença e diversas terapêuticas estão disponíveis.

O tratamento do câncer de mama depende da fase em que a doença se encontra (estadiamento) e do tipo do tumor. Pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia alvo).

Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo. No caso de a doença já possuir metástases (quando o câncer se espalhou para outros órgãos), o tratamento busca prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida.

O tratamento varia de acordo com o estadiamento da doença, as características biológicas do tumor e as condições da paciente (idade, se já passou ou não pela menopausa, doenças preexistentes e preferências).

As modalidades de tratamento do câncer de mama podem ser divididas em:

– tratamento local: cirurgia e radioterapia;
– tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica.

Prevenção:

Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como:

– praticar atividade física;
– alimentar-se de forma saudável;
– manter o peso corporal adequado;
– evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
– amamentar;
– evitar uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.

Fontes:

Governo do Estado de São Paulo
Instituto Nacional de Câncer (INCA)