28/8 – Dia Nacional de Combate e Prevenção ao Escalpelamento


Escalpelamento é o arrancamento brusco e acidental do escalpo (couro cabeludo). Esse grave acidente costuma ocorrer em embarcações de pequeno porte, durante a pesca artesanal ou o transporte para a escola, o trabalho ou outros locais, quando, por descuido, os cabelos compridos, em sua maioria de mulheres e meninas, se enrolam nos eixos e partes móveis dos motores, causando o arrancamento parcial ou total do couro cabeludo.

O escalpelamento é uma lesão grave que começou a ocorrer na região amazônica por volta de 1.970 quando os barcos à vela foram sendo substituídos por barcos com eixo de motor rotativo. A incidência é maior sobre a população ribeirinha que depende daquele meio de locomoção para exercer praticamente todas as atividades cotidianas.

Em muitos casos, as vítimas têm orelhas, sobrancelhas, pálpebras e parte do rosto e pescoço arrancados, o que causa graves deformidades e pode levar à morte.

O longo tratamento consiste em cirurgia plástica reparadora e implante capilar, além de acompanhamento psicológico.

Sequelas:

As consequências do escalpelamento são muito graves e variam conforme as áreas afetadas no acidente, como crânio, pálpebras, orelhas e face. As principais sequelas incluem dores de cabeça ou cervicais crônicas, dificuldade na audição, fala e visão. Essas disfunções comprometem a qualidade de vida, o lazer e o emprego das vítimas, que muitas vezes ficam impossibilitadas de trabalhar.

Prevenção e controle:

A Lei 11.970/2.009 obriga a instalação de uma cobertura nas partes móveis dos motores das embarcações para proteger os ocupantes. A Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos, oferece e instala gratuitamente a proteção do motor.

Recomendações aos usuários de embarcações:

– nunca arme rede ou sente de cabelos soltos perto do motor;
– prenda os cabelos, coloque um boné ou chapéu;
– evite usar colares ou cordões;
– mantenha as crianças sempre junto de você.

A data foi instituída pela Lei nº 12.199/2.010 com o objetivo de conscientizar a população sobre esse grave problema e, ainda, dar visibilidade à realidade de exclusão e violência que as vítimas de escalpelamento enfrentam diariamente, pois, apenas com o apoio de todos será possível fortalecer a prevenção dos acidentes e garantir os direitos das vítimas, especialmente educação, proteção social e trabalho.

 

Fontes:

Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho

Conselho Federal de Medicina

MAGNO, Lílian Danielle Paiva et al. Escalpelamento nos rios da Amazônia: um problema de saúde pública. Revista Paraense de Medicina, v. 26, n. 1, 2012

Ministério Público do Trabalho – 11ª Região

Rádio Senado

Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica