O Dia Mundial da Saúde Baseada em Evidências, realizado em 20 de outubro de cada ano, foi fundado pelo The Joanna Briggs Institute (JBI).
Trata-se de uma iniciativa global para aumentar a conscientização sobre a necessidade de melhores evidências para construir políticas, práticas e a tomada de decisões na assistência à saúde, a fim de melhorar os resultados sanitários, mundialmente.
Diante dos crescentes desafios sociais, econômicos e ecológicos globais, a data vem ressaltar a necessidade de maior ação e colaboração intersetorial para construir sistemas de suporte de evidências resilientes.
A campanha de 2024 busca fortalecer a comunidade envolvida nas práticas de saúde baseadas em evidências para abordar as crises que a humanidade enfrenta. Essas crises, simultâneas e interconectadas, ou “policrise”, ameaçam o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e o bem-estar das pessoas em todo o mundo.
Dentro do contexto de uma policrise, o discurso atual relacionado à assistência em saúde baseada em evidências está sendo moldado pelo reconhecimento de que é preciso maior ação intersetorial ‘além da saúde’.
Para que ocorram mudanças transformadoras verdadeiramente globais, são necessárias sabedoria e ação coletivas na forma de colaboração estratégica em larga escala, incluindo atores de todo o ecossistema de evidências para cocriar soluções.
A expressão ‘baseada em evidências’ é usada para descrever muitas coisas na medicina, na saúde e além destas. Medicina Baseada em Evidências (MBE), prática baseada em evidências, política baseada em evidências e, em uma parte diferente da sociedade, trabalho social baseado em evidências e educação baseada em evidências.
Os princípios subjacentes são os mesmos. O conceito é assegurar que, quando as decisões são tomadas, elas sejam tomadas com base nas evidências científicas mais atualizadas, sólidas, confiáveis e disponíveis.
Ou seja, saúde baseada em evidências se aplica à utilização de pesquisas na tentativa de ampliar o conhecimento (expertise) médico e diminuir incertezas no processo clínico (diagnóstico/terapêutica/prognóstico), mediante permanente consulta às informações produzidas (e validadas) em pesquisas de epidemiologia clínica.
Esse novo paradigma assistencial e pedagógico avalia a qualidade científica das informações nas áreas da saúde e representa a integração da experiência clínica, os valores do paciente e as evidências disponíveis ao processo decisório relacionado aos cuidados de saúde.
Cabe destacar o papel da PBE [prática baseada em evidências] – expressão expandida utilizada pela literatura para incluir outras áreas da saúde – que exige organizações comprometidas com as melhores práticas e com acesso universal, assim como a medicina baseada em evidências (MBE).
Os profissionais de saúde precisam compreender os princípios da PBE e desenvolver atitude crítica sobre a sua própria prática; devem reforçar aptidões de decisão baseada em evidência e centrada no paciente, para responder de forma mais satisfatória às necessidades da população em cuidados à saúde.
Como parte das celebrações pelo Dia mundial da Saúde Baseada em Evidências de 2024, a Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo realizou o evento online: “Revisão de Escopo, Narrativa e Integrativa: Quais são as diferenças?”, disponível no canal do YouTube da Escola!
Fontes:
– Estudantes para Melhores Evidências – Centro Afiliado Cochrane Brasil Rio de Janeiro
– FARIA, L.; OLIVEIRA-LIMA, J. A. de; ALMEIDA-FILHO, N. Medicina baseada em evidências: breve aporte histórico sobre marcos conceituais e objetivos práticos do cuidado. História, Ciência, Saúde – Manguinhos, v. 28, n. 1, p. 59-78, 2021.
– World Evidence-Based Healthcare Day
