“Tireoide e Coração na Dose Certa”: 25/5 – Dia Internacional da Tireoide


As comemorações internacionais do Dia Internacional da Tireoide objetivam chamar a atenção para essa pequena glândula em forma de borboleta, na base do pescoço.

Desde 2008 a Thyroid Federation International celebra a data e, para a campanha de 2021, definiu como temática as doenças da tireoide e a deficiência de iodo antes, durante e depois da gravidez, para que assim, seja possível reconhecer os sintomas e seus efeitos no feto.

A glândula produz hormônios que influenciam todas as células, tecidos e órgãos do corpo. Esses hormônios regulam o metabolismo corporal – a taxa na qual o organismo produz energia a partir de nutrientes e oxigênio – e afetam funções orgânicas críticas, como o nível de energia e a frequência cardíaca.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) identificou a deficiência de iodo como a causa de dano cerebral mais prevalente, mas facilmente evitável. O iodo é um elemento essencial para o funcionamento normal da tireoide. Como o corpo não o produz, deve ser ingerido por meio da dieta. As consequências da deficiência de iodo incluem retardo físico e mental, cretinismo, bócio endêmico, hipotireoidismo e resultados ruins na gravidez.

Talvez a estatística mais impressionante seja a de que até 60 por cento das pessoas com doenças da tireoide não saibam de sua condição e que as mulheres têm de cinco a oito vezes mais probabilidade de ter problemas na glândula do que os homens.

Além da deficiência de iodo, a chance de desenvolver outros problemas de tireoide durante a gravidez aumenta porque a glândula produz até 50% mais hormônio em comparação com o período em que a mulher não está grávida, aumentando a probabilidade de desenvolver hipotireoidismo durante a gestação.

hipotireoidismo, condição que ocorre quando a glândula tireoide não produz hormônio suficiente, é a doença tireoidiana mais comum. Os sintomas incluem fadiga, depressão, esquecimento, irregularidades menstruais e ganho de peso. Seu tratamento, geralmente é feito com uma forma sintética do hormônio tireoidiano, chamada “levotiroxina”.

Com o hipertireoidismo ocorre o oposto – a glândula tireoide produz muito hormônio. Os sintomas incluem irritabilidade, nervosismo, fraqueza muscular, perda de peso inexplicável, distúrbios do sono, problemas de visão e irritação nos olhos.

Outros transtornos da tireoide:

– Bócio: popularmente conhecido como papo, é o nome que se dá ao aumento da glândula tireoide. Esse crescimento anormal pode tomar a glândula toda e tornar-se visível na frente do pescoço; ou, então, surgir sob a forma de um ou mais nódulos (bócio nodular), que podem não ser perceptíveis exteriormente. Pode ser causado pela carência de iodo na dieta, por hipo ou hipertireoidismo, tumores ou infecções.

– Hipotireoidismo congênito: problema hereditário que impossibilita o organismo de produzir o hormônio tireoidiano T4, impedindo o crescimento e o desenvolvimento do recém-nascido. A doença é diagnosticada por meio do Teste do Pezinho e curável com a administração de hormônio tireoidiano, sob rigoroso controle médico. Sem diagnóstico e sem tratamento, é a causa mais comum de retardo do desenvolvimento mental, acometendo um a cada 4 mil recém-nascidos.

– Tireoidites: conjunto de doenças inflamatórias que afetam a glândula tireoide. Em alguns casos, o paciente sente dores, mas em outros, apresenta os sintomas básicos do hipertireoidismo ou do hipotireoidismo.

– Câncer de tireoide: tipo raro de câncer que ocorre em aproximadamente 1% da população.

– Doença de Graves: doença autoimune que provoca um tipo de hipertireoidismo em que, além das manifestações mais comuns, apresenta como sintoma a irritação nos olhos e pálpebras.

Para a campanha brasileira de 2021, a ideia é abordar o papel da dose certa do hormônio tireoidiano para a saúde do coração, já que tanto a falta quanto o excesso dele podem ser prejudiciais à saúde do coração.

A ações serão voltadas para o público leigo, endocrinologistas e especialistas de outras áreas, como cardiologistas e clínicos médicos.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), por meio do seu Departamento de Tireoide, preparou uma programação com entrevistas online na plataforma Zoom, lives no Instagram e elaboração de cards informativos. Hipotireoidismo e hipertireoidismo subclínico, doença cardiovascular, tireoide e amiodarona são alguns dos tópicos que serão abordados durante a campanha.

Todo o conteúdo ficará disponível no site da Sociedade e será compartilhado nos seus canais de comunicação.

Fontes:

Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)

Dr. Dráuzio Varella

Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)

Thyroid Federation International