A Homeopatia é um sistema médico complexo, de caráter holístico, baseada no princípio vitalista e no uso da lei dos semelhantes enunciada por Hipócrates no século IV a.C., segundo a qual os semelhantes se curam pelos semelhantes, isto é, para tratar um indivíduo que está doente é necessário aplicar um medicamento que, quando experimentado em um homem sadio, apresente os mesmos sintomas que o doente apresente. Esse princípio é parecido com o das vacinas.
Foi desenvolvida por Samuel Hahnemann no século XVIII que, após estudos e reflexões baseados na observação clínica e em experimentos realizados na época, sistematizou os princípios filosóficos e doutrinários da homeopatia em suas obras Organon da Arte de Curar e Doenças Crônicas.
A partir daí essa racionalidade médica experimentou grande expansão por várias regiões do mundo, estando hoje firmemente implantada em diversos países da Europa, das Américas e da Ásia.
No Brasil, a Homeopatia foi introduzida por Benoit Mure em 1840, tornando-se uma nova opção de tratamento.
A homeopatia é uma especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) desde 1980.
Sua principal característica é a escuta atenta, feita em longas consultas com anamneses bem detalhadas, e um olhar mais abrangente sobre o paciente, em sua integralidade. Outro pilar fundamental é o tipo de remédio usado nos tratamentos, feito com extratos provenientes dos reinos animal, mineral e vegetal, sempre muito diluídos.
Ao contrário da alopatia, o tratamento homeopático tem como foco o paciente e a história da doença, estimulando o organismo a processar a auto cura, utilizando medicamentos homeopáticos preparados a partir de uma solução de álcool e água (tinturas) e diluídos muitas vezes para diminuir os efeitos colaterais.
Essa super diluição faz com que o remédio seja tomado em pequenas doses, com uma frequência maior e por mais tempo que os medicamentos alopáticos – daí a expressão popular “em doses homeopáticas”.
Se antes a homeopatia era tida como uma alternativa à alopatia, hoje ela é vista como uma prática complementar à medicina convencional. Tanto que, desde 2006, ela faz parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do Ministério da Saúde, sendo oferecida gratuitamente em unidades da rede pública.
A implementação da homeopatia no SUS representa uma importante estratégia para a construção de um modelo de atenção centrado na saúde, uma vez que:
– Recoloca o sujeito no centro do paradigma da atenção, compreendendo-o nas dimensões física, psicológica, social e cultural. Na homeopatia o adoecimento é a expressão da ruptura da harmonia dessas diferentes dimensões. Desta forma, essa concepção contribui para o fortalecimento da integralidade da atenção à saúde.
– Fortalece a relação médico-paciente como um dos elementos fundamentais da terapêutica, promovendo a humanização na atenção, estimulando o autocuidado e a autonomia do indivíduo.
– Atua em diversas situações clínicas do adoecimento como, por exemplo, nas doenças crônicas não-transmissíveis, nas doenças respiratórias e alérgicas, nos transtornos psicossomáticos, reduzindo a demanda por intervenções hospitalares e emergenciais, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos usuários.
– Contribui para o uso racional de medicamentos, podendo reduzir a fármaco-dependência.
O Dia Nacional da Homeopatia tem como objetivo homenagear a instauração da técnica holística no Brasil e disseminar informações sobre os benefícios desse tipo detratamento.
Fontes:
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH)
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Prefeitura Municipal de Contagem (MG)