ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE


AVALIAÇÃO EM SAÚDE; SATISFAÇÃO DO USUÁRIO

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PAIVA, Marcele Bocater Paulo de; MENDES, Walter; BRANDAO, Ana Laura; CAMPOS, Carlos Eduardo Aguilera. Uma contribuição para a avaliação da Atenção Primária à Saúde pela perspectiva do usuário. Physis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 25, n. 3, p. 925-950, jul./set. 2015. Disponível em Scielo

A avaliação pela perspectiva do usuário é uma parte essencial das avaliações dos serviços de saúde, tendo, entre outras, a finalidade oferecer subsídios para a melhoria da qualidade do cuidado ofertado. A polissemia conceitual e metodológica sobre esse tema é grande e exige esforços de maior teorização. O presente estudo objetiva contribuir para o desenvolvimento de uma metodologia para avaliar, na perspectiva do usuário, a qualidade dos serviços prestados pela Atenção Primária à Saúde (APS). Nesse sentido, foi feito um levantamento na literatura das dimensões, dos indicadores e de nove instrumentos de avaliação pela perspectiva do usuário, os quais, posteriormente, foram submetidos a julgamento de especialistas, usando-se a técnica Delphi. Houve consenso entre os especialistas sobre 14 dimensões e 56 elementos de mensuração. As dimensões foram julgadas por grau de relevância, sendo consideradas mais relevantes: acesso/acessibilidade/disponibilidade; relação profissional-usuário; e informação. Traçou-se um panorama sobre metodologias de avaliação pela perspectiva do usuário, além de um arcabouço para a construção de um ou mais instrumentos de avaliação, cujo tamanho possa ser controlado com base na relevância dos itens.

ENFERMAGEM; MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE

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BREHMER, Laura Cavalcanti de Farias; RAMOS, Flávia Regina Souza. O modelo de atenção à saúde na formação em enfermagem: experiências e percepções. Interface: Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 20, n. 56, p. 135-145, jan./mar. 2016. Disponível em Scielo

O estudo buscou identificar, na formação em enfermagem, como se expressa o modelo de atenção à saúde na percepção de alunos, docentes e profissionais da Atenção Básica à Saúde. Trata-se de pesquisa qualitativa, tipo estudo de caso. Os casos foram cinco cursos de graduação de diferentes instituições do estado de Santa Catarina. Os resultados são apresentados em três categorias: “Hegemonia e contra-hegemonia: a coexistência de duas abordagens na atenção à saúde”, “Da teoria a prática, como o modelo de atenção à saúde se expressa em dois âmbitos da formação” e “Interdisciplinaridade… Avanços, viés?”. Como processo, o modelo de atenção requer foco contínuo nas discussões entre ensino e serviço. O planejamento e avaliação em conjunto refletem concretamente para a qualidade da assistência e para o desenvolvimento das habilidades profissionais. Apesar dos limites, há avanços inegáveis para a consolidação do modelo de atenção.

INTEGRAÇÃO DOCENTE-ASSISTENCIAL; MATRIZ CURRICULAR

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VASCONCELOS, Ana Claudia Freitas de; STEDEFELDT, Elke; FRUTUOSO, Maria Fernanda Petroli. Uma experiência de integração ensino-serviço e a mudança de práticas profissionais: com a palavra, os profissionais de saúde. Interface: Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 20, n. 56, p. 147-158, jan./mar. 2016. Disponível em Scielo

Objetivou-se analisar as mudanças nas práticas em saúde a partir da inserção das atividades de uma universidade pública na atenção básica em saúde de Santos, SP, Brasil. Trata-se de pesquisa qualitativa com profissionais da atenção básica em saúde envolvidos em ações de ensino e extensão da universidade. Alguns entrevistados relatam não participar do planejamento conjunto das atividades e reiteram a dicotomia entre teoria e prática. Os profissionais apontam potencialidades na integração ensino-serviço-comunidade no que diz respeito a mudanças das práticas, entendendo que a universidade não substitui o serviço, mas propicia um momento de pausa e discussão, que permite mudar a forma de se relacionar e perceber os problemas dos usuários, de repensar a concepção de saúde, cuidado e trabalho em equipe, além de favorecer o estudo e o contato com novas ferramentas/formas de trabalho.

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VIEIRA, Leila Maria et al. Formação profissional e integração com a rede básica de saúde. Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 293-304, jan./abr. 2016. Disponível em Scielo

A integração entre ensino e serviço proporciona melhor capacitação do docente, do estudante e do profissional do serviço de saúde, e assim garante ações e serviços de qualidade à população. Este estudo teve como objetivo reorientar a formação dos profissionais dos cursos do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Sagrado Coração, Bauru, São Paulo, em consonância com o Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde II. Nestes cursos, foram reorganizadas as suas matrizes curriculares, incluindo a adequação do ensino às demandas sociais, do mercado de trabalho e a incorporação de novas tecnologias educacionais. A partir desta análise, criou-se um grupo de disciplinas comum a todos os cursos de saúde da instituição, ou seja, desenvolveu-se uma identidade que caracteriza o perfil do profissional dos cursos do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Sagrado Coração. Os resultados foram a formação do profissional com competência para atuar como gestor e multiplicador dos princípios do Sistema Único de Saúde, o incremento no processo de capacitação do profissional em serviço e a promoção do trabalho multiprofissional. Para os usuários, os resultados revertem-se em melhoria da qualidade dos serviços recebidos.

INTEGRALIDADE EM SAÚDE; GESTÃO EM SAÚDE; HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA

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CARDOSO, Janaina Rodrigues; OLIVEIRA, Gustavo Nunes de; FURLAN, Paula Giovana. Gestão democrática e práticas de apoio institucional na Atenção Primária à Saúde no Distrito Federal, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 32, n.3, 2016. Disponível em Scielo

A pesquisa foi realizada no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) do Distrito Federal, Brasil, apostando-se na inserção do apoio institucional como dispositivo para ressignificar a compreensão dos processos de trabalho e de gestão da Atenção Primária. Nesse contexto, buscou-se cartografar as práticas de apoio na Atenção Primária à Saúde da Regional Administrativa do Recanto das Emas e correlacioná-las com as prioridades de saúde do Distrito Federal, mediante pesquisa-intervenção, sob referencial qualitativo, com métodos participativos e produção de narrativas coletivas. A experimentação do apoio propiciou: qualificação e alinhamento das ações institucionais com as prioridades da gestão; qualificação, humanização e melhoria dos processos de trabalho e da gestão; implantação de colegiados gestores; intervenção nas práticas cotidianas dos serviços da Atenção Primária. Conclui-se que as práticas de apoio podem aprimorar os processos de gestão democrática e contribuem para a qualificação da assistência.

SAÚDE DA FAMÍLIA; SAÚDE DA CRIANÇA

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REICHERT, Altamira Pereira da Silva et al. Orientação familiar e comunitária na Atenção Primária à Saúde da criança. Ciência & Saúde Coletiva , Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, p. 119-127, jan. 2016. Disponível em Scielo

O objetivo deste artigo é identificar o princípio de orientação familiar e comunitária nas Unidades de Saúde da Família, referente ao cuidado à saúde de crianças menores de dez anos. Pesquisa avaliativa, quantitativa, realizada com 344 familiares e/ou cuidadores de crianças menores de 10 anos, atendidas nas 53 unidades de Saúde da Família do Distrito Sanitário III de João Pessoa. Os dados foram coletados a partir das variáveis orientação familiar e orientação comunitária, presentes no formulário Primary Care Assessment Tool- Brasil, versão criança. A análise ocorreu na forma de estatística simples de distribuição de frequências. Os escores médios para os componentes analisados obtiveram valores 3,7 e 5,7, inferiores ao determinado para que estes atributos estejam orientados à atenção primária, que é de 6,6. Existe uma fraca orientação dos atributos orientação familiar e comunitária na atenção primária nos serviços avaliados, indicando a necessidade de um olhar integral para a criança, com concepções macro e micropolíticas dos planejadores e gestores do cuidado em saúde, a fim de garantir efetividade da atenção à saúde da criança.