As duas novas mostras virtuais do Centro Cultural do Ministério da Saúde (CCMS) já podem ser conferidas em seu site: “Hospício de Pedro II da construção à desconstrução” e “HAITI – a saúde e os desafios da reconstrução”. A primeira retrata o movimento político e social que levou à criação do primeiro hospital psiquiátrico do país, inaugurado em 1852 na cidade do Rio de Janeiro. Já a segunda exposição apresenta os esforços da cooperação entre Brasil, Cuba e Haiti para o fortalecimento do sistema de saúde pública do país atingido por um terremoto em 2010.
O site do Centro Cultural do Ministério da Saúde também disponibiliza outras 20 mostras virtuais, a maioria relacionada à saúde pública. O CCMS, aliás, é referência na difusão do conhecimento na área da saúde pública no país. Localizado no Centro do Rio de Janeiro, a unidade do Ministério da Saúde, que é ligada à Coordenação-Geral de Documentação e Informação (CGDI/SAA/MS), reabrirá suas portas para o público no segundo semestre deste ano, após a conclusão das obras no prédio histórico da Praça Marechal Âncora , onde ficam suas instalações.
Confira, a seguir, algumas mostras disponíveis:
• Memórias da Loucura
Resgata os últimos 150 anos de trajetória da psiquiatria no Brasil com elementos que compõem um panorama histórico dos tempos imperiais até a Reforma Psiquiátrica, mostrando as diversas formas de tratamento, as personalidades brasileiras mais relevantes na área e as principais correntes estrangeiras que influenciaram nossos psiquiatras.
• Imagens da Peste Branca: Memória da Tuberculose e Dengue
Traz ao público o resultado das pesquisas desenvolvidas, traçando um panorama de duas doenças que persistem no cenário histórico da nação até os dias de hoje.
• Paleopatologia – O Estudo da Doença no Passado
É o estudo do passado das doenças, humanas ou de outros seres vivos, através dos sinais encontrados em partes conservadas de seus corpos, ou em textos escritos, representações de arte, objetos de diferentes naturezas, ambientes, estruturas ocupadas pelo homem ou outros testemunhos arqueológicos e paleontológicos.
• Nise da Silveira – Vida e Obra
Revela parte do universo da médica que revolucionou a psiquiatria no Brasil. Considerada rebelde, discordava dos métodos tradicionais de tratamento, como o eletrochoque e a lobotomia. A mostra apresenta seu trabalho pioneiro ao longo dos 40 anos à frente do Setor de Terapêutica Ocupacional do Museu de Imagens do Inconsciente.
• I Festival Internacional de Humor em DST e AIDS
A mostra conta com 300 cartuns selecionados de trabalhos vindos de 50 países. É mais uma ação do Programa Nacional de DST e Aids que há mais de 20 anos está na luta contra a epidemia. O humor é o mote para apresentar ao público um mosaico colorido e espontâneo das diferentes culturas do mundo e promover junto à sociedade o debate sobre a comunicação e a educação em saúde.
Conheça a relação de todas as mostras virtuais disponíveis.
Múltiplas atividades – O CCMS também desenvolve parcerias com instituições estaduais, municipais e organizações não governamentais (ONG’s). Atualmente, destaca-se a colaboração com o Instituto Municipal Nise da Silveira, da Secretaria de Saúde e Defesa Civil do município do Rio de Janeiro, através de um processo de recuperação, organização e informatização daquele que é considerado o mais relevante acervo sobre saúde mental na América Latina. Entre os documentos oriundos da primeira instituição manicomial brasileira, o Hospício de Pedro II, estão prontuários médicos do início do século XIX e livros de registro de escravos.
Contando com o apoio do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro (Nerj), o projeto contribui para a formação de estagiários das áreas de Museologia, História, Biblioteconomia e Arquivologia. O projeto está em fase de conclusão para ser inteiramente disponibilizado virtualmente ao público.
Outras ações da unidade, porém, já estão concluídas e podem ser conferidas pelo público. A mostra fotográfica “Fissura no real é carnaval”, por exemplo, contou com o apoio do CCMS. A exposição apresenta os trabalhos de cinco fotógrafos que registraram os desfiles do Bloco Carnavalesco Loucura Suburbana pelas ruas do Engenho de Dentro e na Marquês de Sapucaí no carnaval deste ano. As lentes de Maria Buzanovski, Fernando Maia, Gabriel Savary, Daniela Albrecht e Erike de Freitas captaram a explosão de alegria do bloco que reúneusuários da rede de saúde mental do Rio de Janeiro, familiares, trabalhadores da saúde e moradores da cidade.
O bloco Loucura Suburbana foi criado em 2001 com o objetivo de romper os muros do hospício e resgatar o carnaval de rua do Engenho de Dentro, reunindo usuários, familiares, funcionários da rede de saúde mental, moradores da região e foliões de toda a cidade. Em 2013, o bloco foi o vencedor do prêmio Serpentina de Ouro, do jornal O Globo, na categoria destaque do carnaval.
A exposição está em cartaz no Ponto de Cultura Loucura Suburbana, no bairro do Engenho de Dentro, subúrbio do Rio de Janeiro.
Mostras itinerantes – As mostras itinerantes foram visitadas por mais de 700 mil pessoas em todo o país. Para além das fronteiras nacionais, um público de quase 300 mil visitantes acompanhou as exposições desenvolvidas pelo CCMS. Todas as mostras estão disponíveis na íntegra no site do Centro Cultural.
Texto: Núcleo de Comunicação do CCMS/CGDI/SAA/MS