Pedra na vesícula (cálculo biliar)


A vesícula biliar é um órgão em forma de saco, parecida com uma pera, localizada abaixo do lobo direito do fígado. Sua função é armazenar a bile, líquido produzido pelo fígado que atua na digestão de gorduras no intestino. A bile é formada pela mistura de várias substâncias, entre elas o colesterol, responsável pela imensa maioria da formação de cálculos (pedras), que podem impedir o fluxo da bile para o intestino e causar uma inflamação chamada colecistite.

Sintomas:

Alguns casos de pedra na vesícula podem não ter sintomas, mas outros provocam dor intensa do lado direito superior do abdômen que se irradia para a parte de cima da caixa torácica ou para as costelas. A dor normalmente aparece meia hora após uma refeição, atinge um pico de intensidade e diminui depois. Pode vir ou não acompanhada de febre, náuseas e vômitos.

Causas:

Muitos fatores podem alterar a composição da bile e acionar o gatilho de formação de pedra na vesícula. Alguns fatores que aumentam o risco são:
– dieta rica em gorduras e carboidratos e pobre em fibras;
– vida sedentária, com elevação do LDL (mau colesterol) e diminuição do HDL (bom colesterol);
– diabetes;
– obesidade;
– hipertensão (pressão alta);
– fumo;
– uso prolongado de anticoncepcionais;
– elevação do nível de estrogênio – o que explica a incidência maior de cálculos biliares nas mulheres;
– predisposição genética.

Diagnóstico:

O diagnóstico é feito através do exame de ultrassom.

Tratamento:

O tratamento, tanto para quem apresenta sintomas quanto para quem não apresenta, é a remoção cirúrgica da vesícula biliar (colecistectomia). A cirurgia é feita por videolaparoscopia, com anestesia geral, habitualmente com recuperação rápida e baixos riscos quando comparado aos riscos das possíveis complicações.

Os pacientes não operados correm o risco de 30 a 50% de sofrerem complicações graves, tendo que se submeter à cirurgia de emergência, como, por exemplo:

– colecistite aguda – ocorre quando um cálculo (pedra) obstrui o ducto cístico causando inflamações e acúmulo de pus, peritonite (inflamação do peritônio – tecido que reveste a parede interna do abdômen) ou acúmulo de muco;
– fístulas (perfurações) para o intestino delgado ou cólon causando obstrução intestinal (íleo biliar), sangramento e infecções;
– coledocolitíase (cálculos no ducto que transporta a bile);
– colangite e papilites (inflamação das vias biliares);
– pancreatite (inflamação no pâncreas). A mortalidade nesses casos é de 7 a 15%.


IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem apenas caráter educativo.

Dica elaborada em outubro de 2.018

 

Fontes:

Dr. Dráuzio Varella

Dr. Dráuzio Varella – entrevistas

Hospital Alemão Oswaldo Cruz