EDUCAÇÃO MÉDICA


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DUTRA-DE-OLIVEIRA, José Eduardo; CARRILLO, Sônia Ventura; ALMEIDA, Carlos Alberto Nogueira de. O papel de novas escolas de Medicina no ensino médico do Brasil. Pediatria Moderna, São Paulo, v. 39, n. 5, p. 153-8, maio 2003.

A manifestação de diversos órgãos médicos contra a abertura de novas escolas de Medicina no país nos levou, como responsáveis pela implantação da nova Faculdade de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), a discutir essa problemática. Concordamos com a posição de ser contra a abertura indiscriminada de novas faculdades de Medicina. Somos, por outro lado, a favor da abertura de algumas que tenham propostas bem fundamentadas e obedeçam as atuais recomendações mundiais e nacionais existentes sobre o assunto. Mas somos, também, a favor do fechamento ou renovação daquelas escolas com comprovada incapacidade em formar médicos. O artigo detalha a proposta e a filosofia do nosso novo curso de Medicina na Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP. Ele visa formar o médico generalista e dá ênfase a conhecimentos, habilidades e atitudes, à responsabilidade do aluno no seu próprio aprendizado, ao humanismo e ao respeito às pessoas e aos pacientes. Acreditamos que este projeto pode, muitas vezes, ser mais facilmente implantado em uma nova estrutura de ensino do que nas escolas tradicionais. Nós, educadores, devemos mostrar como se podem criar novos cursos e/ou recuperar estruturas de ensino existentes, levando-as a formar médicos em quantidade necessária e com os padrões de qualidade profissional que todos desejamos.

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KOIFMAN, Lilian. A reformulação curricular do Curso de Medicina da Universidade de Buenos Aires (1986-2002). Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 27, n. 1, p. 36-49, jan./abr. 2003.

Este artigo tem como questão central o processo de reformulação curricular da Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires (UBA) no período de 1986-2002. Buscamos identificar, no processo analisado, algumas marcas da mudança por que passa o Estado desde a década de noventa e percebemos que as várias propostas de modificação no currículo estiveram vinculadas às modificações do panorama mundial. As mudanças no Estado descritas, seus reflexos na Lei Argentina de Educação Superior (1995) e as propostas do Mercosul Educativo; a dinâmica interna própria das universidades públicas argentinas, herdadas da Reforma de 1918 (atravessada pela disputa política); a dimensão pedagógica que faz com que os profissionais da área de educação tenham grande prestígio e indiquem os caminhos a seguir nos processos de reformulação curricular da Medicina da UBA (Currículo Baseado em Resolução de Problemas ou Currículo por disciplinas) são alguns dos eixos presentes na realidade estudada. Cada uma dessas peças fez parte do quebra-cabeças e vem conformando o processo de reformulação curricular da Faculdade de Medicina da UBA por cerca de duas décadas.

BIOÉTICA

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KOTTOW, Miguel. Enseñando bioética: prioridad de substancia sobre método. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 26, n. 2, p. 132-9, maio/ago. 2002.

Ainda persistem as discussões sobre se a medicina possui uma moral interna, que estaria representada pela bioética. Alternativamente a bioética tem sido considerada como um método para resolver problemas éticos na clínica. Este artigo apoia o caráter disciplinar da bioética e sua função em refletir sobre a moral interna das práticas biomédicas. O principialismo não oferece uma análise suficiente rigorosa, como tampouco fazem as propostas mais pragmáticas. Baseado na mudança de caráter que está modificando a prática da medicina, se propõe redesenhar o currículo com base em 06 temas que estão marcando o futuro da medicina: o predomínio do econômico, a sofisticação tecnocientífica, a erosão entre saúde e enfermidade e entre medicina terapêutica e medicina dos desejos, a ênfase na medicina preventiva e pública e, finalmente, as repercussões de todas estas mudanças na realidade sanitária latinoamericana. Estes novos desafios requerem um debate axiológico renovado, mediado por uma bioética rigorosamente disciplinar, que amplie o âmbito moral dos educandos mais além do que somente dar-lhes uma competência algorítmica para resolver problemas ético-clínicos.

PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

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DEL CIAMPO, Luiz Antonio; RICCO, Rubens Garcia. O internato do curso de medicina e o Programa de Saúde da Família. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 27, n. 1, p. 50-4, jan./abr. 2003.

Nos últimos anos, tanto a educação como a prática médicas têm sido amplamente discutidas e têm-se experimentado modificações que incorporam novas propostas de modelos para a formação do profissional médico generalista, humanizado e com forte vinculação ética à população e realidade nacionais. Este trabalho apresenta alguns aspectos das diretrizes básicas dos Currículos Nacionais do Curso de Graduação em Medicina no Brasil, do Programa de Saúde da Família do Ministério da Saúde e do ciclo de Internato do Curso de Ciências Médicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Relata uma experiência de ensino incluída em seu novo currículo, que procura integrar as atuais propostas, utilizando como espaço de treinamento e formação dos alunos de Medicina a mais nova estratégia de atuação em Saúde Pública vigente no país.

SISTEMA DE SAÚDE

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SILVA, Gilson Edmar Gonçalves e. A educação médica e o sistema de saúde. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 26, n. 2, p. 125-7, maio/ago. 2002.

São comentadas as possibilidades, necessidades e oportunidades de inserção do aluno de medicina no Sistema de Saúde durante o período de graduação.