“Educação sobre Asma Empodera” : 07/5 – Dia Mundial da Asma


 

Em comemoração ao Dia Mundial da Asma de 2024, (dia 7 – 1ª terça-feira de maio), a Global Initiative for Asthma (GINA) selecionou o tema “Educação sobre Asma Empodera”, enfatizando a necessidade de que pessoas com a doença recebam educação adequada para gerir sua doença e reconhecer quando deve procurar ajuda médica. Os profissionais de saúde são chamados a aumentar a sua sensibilização para a contínua morbilidade e mortalidade evitáveis da asma e para as evidências publicadas sobre sua gestão eficaz, de modo a estarem preparados para fornecer informações confiáveis e tratamento ideal aos seus pacientes.

A asma é uma das doenças crônicas não transmissíveis mais comuns, afetando mais de 260 milhões de pessoas e responsável por mais de 450.000 mortes todos os anos, mundialmente, a maioria das quais, evitáveis.

As principais questões universais que requerem educação são o diagnóstico insuficiente ou impreciso, a subutilização de inaladores de corticosteroides, o uso e a dependência excessiva de inaladores de curta ação e o fraco reconhecimento de pacientes que necessitam de avaliação especializada e posterior manejo.

Nos países de rendimento médio e baixo, a não disponibilidade de medicamentos inalatórios é um dos principais fatores para que as mais de 90% de mortes por asma ocorram nestes países.

Políticos, tomadores de decisão e a indústria farmacêutica são convidados a se sensibilizarem para a contínua morbilidade evitável associada a esta doença comum, apesar da existência de tratamentos de controle altamente eficazes, e a aumentar os seus esforços para garantir que medicamentos inalatórios ecológicos sejam disponibilizados em todos os países, “não deixando ninguém para trás”.

 

Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que causa o estreitamento dos brônquios (canais que levam o ar aos pulmões) que dificulta a passagem do ar provocando contrações ou broncoespasmos. As crises comprometem a respiração, tornando-a difícil.

Causas:

A asma pode ter caráter hereditário e também multifatorial. Os fatores desencadeantes podem ser:

– Alergia: poeira, ácaros, mofo, pólen, fezes de barata, pelos e penas de animais;
– Infecções: viroses, como gripes e resfriados, ou ainda as sinusites;
– Mudanças de tempo;
– Fumaça;
– Poluição;
– Cheiros fortes;
– Esforço físico;
– Aspectos emocionais e estresse;
– Exposição ao ar frio;
– Outras causas: alguns tipos de medicamentos, alguns alimentos, refluxo gastroesofágico, causas hormonais, fatores relacionados ao trabalho ou a escola, asma provocada por outras enfermidades.

Sintomas mais comuns:

– Falta de ar (dispneia);
– Chiado na respiração (sibilos);
– Sensação de aperto no peito;
– Tosse.

Tratamento:

A asma não tem cura mas pode ser controlada com tratamento e acompanhamento adequados, definidos pelo médico.

A maioria dos pacientes é tratada com dois tipos de medicação:

  • medicação chamada de controladora ou de manutenção, que serve para prevenir o aparecimento dos sintomas e evitar as crises de asma;
  • medicação de alívio ou de resgate, que serve para aliviar os sintomas quando houver piora da asma. As medicações controladoras reduzem a inflamação dos brônquios, diminuem o risco de crises e evitam a perda futura da capacidade respiratória. O uso correto da medicação controladora diminui muito ou até elimina a necessidade da medicação de alívio.

Prevenção:

A poeira doméstica é considerada o principal agente desencadeador de alergia e as consequentes crises asmáticas. É formada por uma mistura que inclui pele morta que cai das pessoas, fibras de carpetes e de móveis estofados, de terra trazida por sapatos, de partículas trazidas pelo vento de fora da residência, vegetais, fungos, bactérias, caspa humana e de animais, além de insetos e ácaros (seres microscópicos responsáveis por sintomas alérgicos).

Por isso ,o ambiente deve ser o mais higiênico possível, a fim de evitar que a pessoa entre em contato com esses elementos. Recomenda-se:

– Não haver fumantes no ambiente domiciliar;
– Animais devem ser mantidos fora de casa, ou no mínimo, não entrarem nos quartos de dormir;
– Deixar o ambiente de convívio diário, principalmente o quarto, bem limpo e arejado;
– A limpeza deve ser diária com aspirador de pó (de preferência que tenha o filtro HEPA) e pano úmido, sem produtos com cheiro forte;
– Não usar vassouras nem espanadores, pois espalham a poeira fina, que ficará em suspensão e voltará a se depositar;
– Retirar tapetes, carpetes, cortinas, almofadas, estantes com livros, enfim, tudo que facilite o acúmulo de pó;
– Lavar as roupas guardadas há muito tempo antes de usá-las;
– Atentar-se para infiltração por mofo nas paredes, corrigindo o problema, se for o caso;
– Não fumar;
– Providenciar a limpeza do ar-condicionado com mais frequência.

 

No Brasil, estima-se que 23,2% da população viva com a doença, e a incidência varia de 19,8% a 24,9% entre as regiões do País. Em 2021, foram realizados 1,3 milhão atendimentos na Atenção Primária à Saúde, porta de entrada do cidadão brasileiro ao Sistema Único de Saúde (SUS). O número corresponde a, aproximadamente, 231 mil consultas a mais que no ano anterior.

Em 2021 o Ministério da Saúde publicou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Asma. O documento traz recomendações e orientações aos profissionais de saúde sobre critérios para o diagnóstico da asma e os tipos de tratamentos disponíveis no SUS e, em 2022, foi lançada a Linha de Cuidados de Asma.

 

Fontes:

Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
Asthma and Allergy Foundation of America
Dr. Dráuzio Varella
Global Initiative for Asthma (GINA)
Hospital Israelita Albert Einstein – Blog Vida Saudável
Ministério da Saúde
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia