Gagueira é um problema da fala que se caracteriza pela repetição de sons e sílabas ou por paradas involuntárias, que atrapalham a clareza e a comunicação falada.
A pessoa gaga sabe perfeitamente o que quer dizer, mas não consegue ajustar o tempo e a duração dos sons. Isso faz com que repita ou prolongue a emissão de uma consoante, de uma vogal ou de uma sílaba, ou, então, que interrompa a fala diante de um som que considera de risco para articular sem tropeços. Nesses momentos, muitas vezes, ao perceber que vai gaguejar, a pessoa consegue substituir essa palavra por um sinônimo que não apresenta a mesma dificuldade de pronúncia.
Causas:
A gagueira é um distúrbio neurobiológico, involuntário e sua origem está, provavelmente, associada ao mau funcionamento de células nervosas que se comunicam entre si nas áreas do cérebro envolvidas no controle automático da fala, ocasionando bloqueios e repetições que caracterizam o problema.
Atualmente são reconhecidos dois tipos de gagueira: a adquirida, associada com distúrbios neurológicos como traumatismo craniano e Acidente Vascular Cerebral (AVC); e a do desenvolvimento, o tipo mais comum.
Sinais e sintomas da gagueira:
– Repetição ou prolongamento de sons e sílabas;
– Dificuldade para iniciar uma palavra ou frase;
– Bloqueio de sons;
– Uso de interjeições para fazer a conexão entre as palavras, como “um”, “am”, ”então”, “assim”, “aaah”, “né”;
– Simplificação de frases;
– Ansiedade, tensão muscular e estresse quando a pessoa se sente pressionada para falar ou ler um texto em público, sensações que não se manifestam quando sussurram, falam sozinhas, com um bebê ou com o animal de estimação;
– Afastamento do grupo social na escola, no clube, na rua em que mora;
– Baixa autoestima.
Observação importante:
As dificuldades da fala espontânea próprias da gagueira podem vir acompanhadas de movimentos corporais que visam facilitar a emissão dos sons ou sílabas bloqueadas. Por exemplo: rapidez no piscar dos olhos, tremores dos lábios e da mandíbula, tiques faciais, movimentos bruscos da cabeça.
É preciso destacar, ainda, que fatores psicológicos não causam gagueira, mas podem agravá-la nas pessoas com tendência ao distúrbio. “Todo sofrimento psicológico associado à gagueira ocorre após sua manifestação. O gago não é gago porque é inseguro: ele fica inseguro porque é gago”.
Tratamento:
Ao confirmar a existência da gagueira, o tratamento deve ser iniciado imediatamente para evitar que se torne um problema crônico.
O processo terapêutico deve considerar a idade e as características do distúrbio de cada paciente, o que engloba a aprendizagem de estratégias de fala, como falar mais devagar, por exemplo.
Na infância, o tratamento também conta com a participação dos pais e demais adultos que interagem com a criança. Isso leva em consideração ser um bom ouvinte, ou seja, escutar o que a criança tem a falar sem deixá-la ansiosa, ou tentar adivinhar o que ela tem a dizer.
Quanto antes a gagueira for acompanhada por um fonoaudiólogo, preferencialmente um profissional especialista em habilidades da fala, melhor será o resultado de acordo com a abordagem escolhida.
A psicoterapia é outro recurso a ser considerado no tratamento da gagueira, pois pode ajudar a pessoa a reconhecer e a lidar com sensações como estresse, ansiedade, medo e baixa autoestima.
IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem apenas caráter educativo.
Dica elaborada em fevereiro de 2025
Fontes:
Conselho Federal de Fonoaudiologia
Dr. Dráuzio Varella
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP)
Instituto Brasileiro de Fluência
Secretaria de Saúde do Distrito Federal