HANSENÍASE


CONTROLE; POLIQUIMIOTERAPIA

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CRESPO, Maria Júlia; GONCALVES, Aguinaldo. Avaliação das possibilidades de controle da hanseníase a partir da poliquimioterapia. Revista Portuguesa de Saúde Pública, Lisboa, v. 32, n. 1, p. 80-88, 2014. Disponível em Scielo

Introdução: A poliquimioterapia foi instituída como estratégia pela Organização Mundial da Saúde em 1982 e incorporou como objetivo a eliminação da doença. A persistência da endemia sinaliza urgência de revisão, o que levou à investigação das possibilidades evolutivas do controle da hanseníase, a partir da adoção da poliquimioterapia. Método: Procedeu-se estudo de dados secundários por revisão bibliográfica de caráter descritivo-discursivo e análise do conteúdo de textos técnicos e documentais. Foram adotadas as bases de dados PUBMED, BVS e Academic One File no período 2005-2011, referentes aos idiomas inglês e português, tendo como unitermos de busca leprosy/multidrugtherapy, leprosy/treatment, hanseníase/poliquimioterapia, hanseníase/tratamento. Uma vez obtido, o material foi analisado com extração das informações relevantes e processamento subsequente, e submetido à inferência e à interpretação, segundo elementos como impacto, interesses, significados, saturações e intencionalidades. Resultados: Foram encontradas 111 referências distribuídas em 2 categorias de interesse, a saber, Fases Evolutivas do Controle e Possibilidades de Eliminação. Discussão: A partir da primeira verificou-se que a resistência medicamentosa persiste; a doença avança, com estimativas de 5 milhões de casos detectados em 15 anos; a redução de profissionais qualificados na matéria e a manutenção de grau 2 de incapacidades físicas constituem efeitos negativos da chamada eliminação da doença; ainda faltam informações sobre aspectos imprescindíveis para aperfeiçoamento da terapêutica e de estudos epidemiológicos, bem como acurácia no registro dos dados. Os resultados apontam sobretudo para a prevista impossibilidade de eliminação da hanseníase por meio somente da atual poliquimioterapia. Complementarmente, constatou-se que vêm sendo desenvolvidas estratégias, como a poliquimioterapia acompanhada e mais significativamente a poliquimioterapia uniforme, além de ter-se trabalhado na direção de novas drogas e respectivas combinações.


EPIDEMIOLOGIA

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VIEIRA, Gabriel de Deus; ARAGOSO, Inês; CARVALHO, Rebeca Megale Brandão; SOUSA, Camila Maciel de. Hanseníase em Rondônia: incidência e características dos casos notificados, 2001 a 2012.Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 23, n. 2, p. 269-275, abr./jun. 2014. Disponível em Scielo

OBJETIVO: descrever a incidência da hanseníase e as características dos casos notificados no estado de Rondônia, Brasil. MÉTODOS: foi realizado estudo descritivo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) referentes ao período de 2001 a 2012; foi calculada a incidência por 100 mil habitantes e a distribuição percentual dos casos segundo variáveis de interesse. RESULTADOS: no período de 2001 a 2012, foram notificados 15.648 casos de hanseníase, com média de 1.304 casos ao ano; a maior incidência foi observada no ano de 2003 (106,5/100 mil habitantes); a maior parte dos casos ocorreu entre homens (57,1%); a forma clínica predominante foi a dimorfa (42,2%); 46,6% dos casos eram paucibacilares e 53,4% multibacilares; e 6,6% dos indivíduos notificados apresentavam grau II de incapacidade física. CONCLUSÃO: a ocorrência de hanseníase em Rondônia ainda é elevada, sendo o estado considerado hiperendêmico.