ALEITAMENTO MATERNO
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MARTINS-FILHO, Paulo Ricardo; SANTOS, Victor Santana; SANTOS JR., Hudson P. Aleitamento materno em mulheres com COVID-19: falta de evidência da presença da SARS-CoV-2 no leite materno. Revista Panamericana de Salud Pública, Washington, 44, e59, 2020. Disponível em Scielo
Foi realizada uma revisão sistemática rápida para avaliar as evidências atuais relacionadas à presença da SARS-CoV-2 no leite materno de mulheres grávidas com COVID-19. Foram encontrados oito estudos analisando a presença de RNA do SARS-CoV-2 no leite materno de 24 gestantes com COVID-19 durante o terceiro trimestre de gravidez. Todas as pacientes apresentavam febre ou sintomas de doença respiratória aguda e imagens de tomografia computadorizada do tórax indicativas de pneumonia pela COVID-19. A maioria das gestantes teve parto cesáreo (91,7%) e dois recém-nascidos tiveram baixo peso ao nascer (< 2 500 g). As amostras biológicas coletadas imediatamente após o nascimento do trato respiratório superior (faringe ou nasofaringe) de neonatos e tecidos placentários apresentaram resultados negativos para a presença do SARS-CoV-2 pelo teste RT-PCR. Nenhuma amostra de leite materno foi positiva para o SARS-CoV-2 e, até à data, não há evidências da presença do SARS-CoV-2 no leite materno de mulheres grávidas com COVID-19. No entanto, os dados ainda são limitados e a amamentação de mulheres com COVID-19 continua a ser uma questão controversa. Não há restrições ao uso de leite de um banco de leite materno humano.
DOENÇAS CARDIOVASCULARES
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NORIA, Sofía; BACHINI, Juan Pablo; RAMOS, María Victoria. Coronavírus e sistema cardiovascular. Revista Uruguaya de Cardiologia, Montevideo, v. 35, n. 2, p. 193-208, 2020. Disponível em Scielo
A atual pandemia causada pelo coronavírus (SARS-CoV-2) tem sido o foco de preocupações globais com a saúde desde o seu surgimento. Sua alta transmissibilidade associada à ausência de um tratamento efetivo implica forte impacto na área de pesquisa. Relatos de formas de apresentação atípicas, fatores de risco associados e medicamentos testados para diminuir a morbimortalidade saturam a mídia. A comunidade de cardiologia está ativamente presente, pois as manifestações cardiovasculares são frequentes e variadas, bem como um risco aumentado foi observado nos pacientes com doença cardiovascular anterior. O objetivo desta revisão é contribuir com as evidências disponíveis sobre esse tópico em particular, tornando a advertência da natureza dinâmica das informações.
GRAVIDEZ; CUIDADO PRÉ-NATAL; PARTO
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CASTRO, Pedro et al. Covid-19 e gravidez: Uma visão geral. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, São Paulo, v. 42, n. 7, p. 420-426, jul. 2020. Disponível em Scielo
Desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a infecção por coronavírus (COVID-19) uma emergência de saúde pública de interesse internacional em janeiro de 2020, houve muitas preocupações sobre mulheres grávidas e os possíveis efeitos dessa emergência com resultados catastróficos em muitos países. As informações sobre COVID-19 e gravidez são escassas e se espalham por algumas séries de casos, com não mais do que 50 casos no total. A presente revisão fornece uma breve análise da COVID- 19, gravidez na era COVID-19 e os efeitos da COVID-19 na gravidez.
MORTALIDADE; EPIDEMIOLOGIA
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HALLAL, Pedro Curi. Diferenças nas taxas de mortalidade por COVID-19 ao redor do mundo. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 25, supl. 1, p. 2403-2410, jun. 2020. Disponível em Scielo
Neste artigo, são comparadas as estatísticas de mortalidade por COVID-19 no mundo, ajustando-se para o tamanho da população e para o estágio da pandemia em cada país. Foram utilizados dados dos websites do Centro para o Controle e Prevenção de Doenças da Europa e do Our World in Data. As análises são baseadas no número de mortes por um milhão de habitantes. Para levar em consideração o estágio da pandemia, definiu-se como linha de base a data da décima morte em cada país. As análises incluíram 78 países e territórios com 10 ou mais mortes relatadas até o dia 09 de abril. No dia 10, a Índia tinha 0,06 mortes por um milhão, a Bélgica 30,46 e San Marino 618,78. No dia 20, a Índia tinha 0,27 mortes por um milhão, a China 0,71 e a Espanha 139,62. No dia 30, quatro países da Ásia tinham as menores taxas de mortalidade, enquanto que oito países europeus tinham as maiores. Na Itália e na Espanha, a mortalidade no dia 40 era maior do que 250 por um milhão, enquanto que na China e na Coréia do Sul era abaixo de 4 por um milhão. A mortalidade no dia 10 correlacionou-se moderadamente com a expectativa de vida, mas não mostrou correlação com a densidade populacional. Os países asiáticos apresentaram taxas de mortalidade muito menores do que aquelas observadas nos europeus. A expectativa de vida correlacionou-se com a mortalidade.
PANDEMIAS
– ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE; ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO EM SAÚDE; BRASIL
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HARZHEIM, Erno et al. Ações federais para apoio e fortalecimento local no combate ao COVID-19: a Atenção Primária à Saúde (APS) no assento do condutor. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 25, supl. 1, p. 2493-2497, jun. 2020. Disponível em Scielo
O Ministério da Saúde, por intermédio da Secretaria de Atenção Primária à Saúde e em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde construiu e implementou estratégias da Atenção Primária à Saúde (APS) no âmbito do apoio aos gestores locais e em articulação com o Conselho Nacional de Secretários Estaduais (CONASS) e Municipais de Saúde (CONASEMS) para o combate ao COVID-19. Essas ações têm a APS como a grande responsável por diversas áreas e recursos físicos, humanos e financeiros, assim como permite impulsionar o avanço nacional para o uso de tecnologias de informação e comunicação e novas parcerias para realização de pesquisas.
– DISTANCIAMENTO SOCIAL; VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
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AQUINO, Estela M. L. et al. Medidas de distanciamento social no controle da pandemia de COVID-19: potenciais impactos e desafios no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 25, supl. 1, p. 2423-2446, jun. 2020. Disponível em Scielo
A pandemia de COVID-19 tem desafiado pesquisadores e gestores a encontrar medidas de saúde pública que evitem o colapso dos sistemas de saúde e reduzam os óbitos. Esta revisão narrativa buscou sistematizar as evidências sobre o impacto das medidas de distanciamento social na epidemia de COVID-19 e discutir sua implementação no Brasil. Foram triados artigos sobre o efeito do distanciamento social na COVID-19 no PubMed, medRXiv e bioRvix, e analisados atos do poder público nos níveis federal e estadual para sumarizar as estratégias implementadas no Brasil. Os achados sugerem que o distanciamento social adotado por população é efetivo, especialmente quando combinado ao isolamento de casos e à quarentena dos contatos. Recomenda-se a implementação de medidas de distanciamento social e de políticas de proteção social para garantir a sustentabilidade dessas medidas. Para o controle da COVID-19 no Brasil, é imprescindível que essas medidas estejam aliadas ao fortalecimento do sistema de vigilância nos três níveis do SUS, que inclui a avaliação e uso de indicadores adicionais para monitorar a evolução da pandemia e o efeito das medidas de controle, a ampliação da capacidade de testagem, e divulgação ampla e transparente das notificações e de testagem desagregadas
– PROCESSO SAÚDE-DOENÇA; SAÚDE GLOBAL; SAÚDE PÚBLICA; CAPITALISMO
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SOUZA, Diego de Oliveira. A pandemia de COVID-19 para além das Ciências da Saúde: reflexões sobre sua determinação social. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 25, supl. 1, p. 2469-2477, jun. 2020. Disponível em Scielo
Este artigo possui o objetivo de realizar uma reflexão teórica sobre os fundamentos histórico-sociais da pandemia de COVID-19. A partir da matriz teórica materialista histórica, evoca-se as categorias da “mundialização do capital”, “capital-imperialismo”, “compressão espaço-tempo” e “crise estrutural do capital” traçando um percurso que ultrapassa os limites das Ciências da Saúde a fim de entender a saúde global, da qual a pandemia de COVID-19 é expressão. Posteriormente, faz-se o retorno ao campo da saúde, quando a categoria da “determinação social da saúde” permite elucidar as bases da pandemia estudada. Demonstra-se que, para além das características próprias do SARS-CoV-2 ou da dinâmica de rápido trânsito de pessoas e objetos pelo mundo, há outros elementos típicos da atual fase do capitalismo contemporâneo que se tornaram universais, unificando o processo de determinação social da saúde.