MORTALIDADE INFANTIL


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CALDEIRA, Antônio P.; FRANÇA, Elizabeth; GOULART, Eugênio A. M. Mortalidade infantil pós-neonatal evitável: o que revelam os óbitos em domicílio. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, v. 2, n. 3, p. 263-74, set./dez. 2002. Disponível em Scielo

Foram identificados óbitos pós-neonatais por diarréia, pneumonia e desnutrição entre maio de 1991 e abril de 1992. Selecionaram-se 511 óbitos após investigação hospitalar, tendo sido estudados 396. Observou-se que 34,3% desses óbitos ocorreram fora do ambiente hospitalar. Após investigação hospitalar e entrevistas domiciliares, os óbitos domiciliares foram comparados com os óbitos ocorridos em hospitais. A comparação entre os dois grupos de óbitos mostrou semelhança em relação às variáveis socioeconômicas, ambientais, relativas à gestação e parto e relativas à saúde da criança. Na análise multivariada apenas o número de serviços procurados durante a doença que levou ao óbito esteve associado ao local de ocorrência do óbito, com chance 2,5 vezes maior de morrer em domicílio para as crianças cujas famílias procuraram menos de três serviços de saúde nos 15 dias antecedentes ao óbito (OR=2,53). A assistência especificamente recebida pelas crianças, nas duas semanas anteriores ao óbito, mostrou uma associação significativa entre óbito domiciliar e conduta clínica inadequada (OR=1,78). Concluiu-se que a ocorrência de óbitos infantis em domicílio está associada a uma baixa efetividade dos serviços de saúde.