MORTALIDADE MATERNA


QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE; SAÚDE DA MULHER; EPIDEMIOLOGIA

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TINTORI, Janaína Aparecida; MENDES, Lise Maria Carvalho; MONTEIRO, Juliana Cristina dos Santos; GOMES-SPONHOLZ, Flávia. Epidemiologia da morte materna e o desafio da qualificação da assistência. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, [online], v. 35, eAPE00251, 2022. Disponível em Scielo

Objetivo: Descrever os óbitos maternos declarados e identificar o perfil epidemiológico das mulheres que foram a óbito em seu ciclo gravídico-puerperal e analisar as variáveis relacionadas à assistência no pré-natal e parto. Métodos: Esta é uma pesquisa com delineamento retrospectivo com abordagem quantitativa do tipo levantamento. A população estudada foi constituída por mulheres que foram a óbito em seu período gravídico-puerperal, residentes em um dos 26 municípios da área de abrangência do Departamento Regional de Saúde de Ribeirão Preto, no período de 2011 a 2016. Foram analisados dados secundários obtidos via Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Foram analisadas variáveis sociodemográficas, relativas ao óbito, ao pré-natal e parto e à rede de atenção à saúde. Os dados foram analisados de modo descritivo com a análise univariada. Resultados: Foram encontrados registros de 36 óbitos maternos no período de 2011 a 2016, a maioria dos óbitos ocorreu em mulheres na faixa etária de 20 a 29 anos (63,9%), com média de idade de 28,1 anos, sendo a maioria solteira (50%), cor branca (66,7%), primípara (41,7%), com renda (30%). O acesso ao pré-natal foi perceptível na captação precoce (72,2%) e no número de consultas durante o pré-natal. A principal via de parto foi a cesárea (52,8%). As mortes maternas obstétricas diretas resultaram em 77,8% dos óbitos, sendo as principais causas: hipertensão, infecção e hemorragia. Conclusão: O presente estudo mostrou que a maioria dos óbitos maternos ocorreu em mulheres na faixa etária de 20 a 29 anos, solteiras, de cor branca e primigestas. Foram perceptíveis a captação precoce e o adequado número de consultas durante o pré-natal. A classificação da maioria das mortes foi obstétrica direta, sendo hipertensão, infecção e hemorragia as principais causas. Foi possível conhecer a estrutura de redes e verificar uma boa cobertura de atenção primária e de atenção hospitalar para assistência ao parto.