Novas diretrizes para diagnóstico e tratamento da hepatite B


A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) acabam de elaborar novas diretrizes para diagnóstico e tratamento da hepatite B. O documento dispõe de informações sobre procedimentos para diagnósticos, indicações de tratamento, esquemas terapêuticos assim como o manejo dessa infecção em gestantes, crianças, pacientes imunossuprimidos entre outros públicos. Outro importante aspecto é que esse documento também contempla a infecção pela hepatite delta, mais frequente na região Norte do Brasil.

É uma doença infecciosa que agride o fígado, sendo causada pelo vírus B da hepatite (HBV). O HBV está presente no sangue e secreções, e a hepatite B é também classificada como uma infecção sexualmente transmissível. Inicialmente, ocorre uma infecção aguda e, na maior parte dos casos, a infecção se resolve espontaneamente até seis meses após os primeiros sintomas, sendo considerada de curta duração. Essa resolução é evidenciada pela presença de anticorpos chamados anti-Hbs.

Contudo, algumas infecções permanecem após esse período, mantendo a presença do marcador HBsAg no sangue. Nesses casos, a infecção é considerada crônica. O risco de a infeção tornar-se crônica depende da idade do indivíduo.

As crianças, por exemplo, têm maior chance de desenvolver a forma crônica. Naquelas com menos de um ano, esse risco chega a 90%; entre um e cinco anos, varia entre 20% e 50%. Por essa razão, é extremamente importante realizar a testagem de gestantes durante o pré-natal e, caso necessário, realizar a profilaxia para a prevenção da transmissão vertical.

Em adultos, cerca de 20% a 30% das pessoas adultas infectadas cronicamente pelo vírus B da hepatite desenvolverão cirrose e/ou câncer de fígado.

Formas de transmissão:

O HBV pode sobreviver por períodos prolongados fora do corpo, e tem maior potencial de infecção que os vírus da hepatite C (HCV) e da imunodeficiência humana (HIV), em indivíduos suscetíveis. As principais formas de transmissão são:

– Relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada;
– Da mãe infectada para o filho, durante a gestação e o parto;
– Compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos);
– Compartilhamento de materiais de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam);
– Na confecção de tatuagem e colocação de piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos que não atendam às normas de biossegurança;
– Por contato próximo de pessoa a pessoa (presumivelmente por cortes, feridas e soluções de continuidade);
– Transfusão de sangue (mais relacionadas ao período anterior a 1993).

Fontes:

Ministério da Saúde
Sociedade Brasileira de Infectologia