NUTRIÇÃO


EDUCAÇÃO EM SAÚDE

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CERVATO, Ana Maria; DERNTL, Alice Moreira; LATORRE, Maria do Rosário Dias de Oliveira et al. Educação nutricional para adultos e idosos: uma experiência positiva em Universidade Aberta para a Terceira Idade. Revista de Nutrição, Campinas,v. 18, n. 1, p. 41-52, jan./fev. 2005. Disponível em Scielo

OBJETIVO: Avaliar uma intervenção nutricional educativa desenvolvida para alunos de Universidades Abertas para a Terceira Idade. MÉTODOS: A população foi constituída por indivíduos com 45 anos de idade ou mais, freqüentadores de quatro instituições de ensino do Município de São Paulo. O estudo teve delineamento quase experimental, do tipo pré-teste/pós-teste, sem grupo controle. A ação educativa (quatro aulas de três horas cada; distribuição de uma apostila com o conteúdo das aulas e de um guia alimentar com orientações gerais) era parte das atividades oferecidas pelas instituições e foi desenvolvida por nutricionistas durante o segundo semestre de 1996. Os dados pessoais e de conhecimentos sobre nutrição foram coletados por meio de questionário auto-aplicado. O conhecimento foi identificado aplicando-se teste especialmente elaborado. As práticas alimentares, identificadas por meio do registro de alimentos consumidos em três dias, tiveram como variáveis analisadas: o valor energético total, a proporção de macronutrientes, o colesterol, a vitamina A, cálcio e ferro. RESULTADOS: As modificações identificadas foram: aumento dos conhecimentos sobre nutrição, diminuição de consumo de lipídios, de proteínas e de colesterol. As modificações citadas referiram-se ao tipo de alimento consumido, à ingestão de água e à maneira de preparar os alimentos. Estas modificações ocorreram por motivos de saúde, e as fontes de informações sobre nutrição mais citadas, foram a Universidade Aberta para a Terceira Idade e o médico pessoal. CONCLUSÃO: Apesar das limitações do estudo, os resultados indicaram que, em função dessa atividade, houve uma tendência para a modificação da dieta e dos conhecimentos sobre nutrição.

POPULAÇÃO INDÍGENA; CRIANÇA

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FAGUNDES, Ulysses; KOPELMAN, Benjamin; OLIVA, Carlos Alberto Garcia et al. Avaliação do estado nutricional e da composição corporal das crianças índias do Alto Xingu e da etnia Ikpeng. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 80, n. 6, p. 483-489, nov./dez. 2004. Disponível em Scielo

OBJETIVOS: Avaliar o estado nutricional e a composição corporal de crianças índias das populações alto-xinguana e Ikpeng, comparando as populações. MÉTODOS: Avaliamos 95 crianças do Alto Xingu e 69 Ikpeng com idades entre 24 e 117 meses. Obtivemos dados sobre idade, peso, estatura, pregas cutâneas, circunferência do braço e impedância bioelétrica. Calculamos escores z para peso, estatura e estimativas da composição corporal. Tendo como referência o NCHS 2000, determinamos diagnóstico de baixo peso e baixa estatura como sendo inferior a -2 escores z para os indicadores peso/idade ou índice de massa corporal/idade e estatura/idade, respectivamente. Para obesidade, o ponto de corte foi 2 escores do indicador índice de massa corporal/idade. As massas corporais magra e gordurosa foram calculadas a partir de duas equações validadas na literatura. RESULTADOS: Diagnosticamos baixa estatura em 8,4% das crianças do Alto Xingu e em 37,7% das Ikpeng (p < 0,001). Baixo peso foi verificado apenas entre as crianças Ikpeng (12,5%). Para os dados relativos à composição corporal, verificamos que as crianças do Alto Xingu apresentaram valores estimados de massa corporal magra superiores aos das crianças Ikpeng (p < 0,05). Na amostra estudada, nenhuma criança apresentou obesidade. CONCLUSÕES: Crianças Ikpeng apresentaram incidências de baixo peso e baixa estatura maiores do que a população do Alto Xingu. Quando a comparação ocorreu para valores relativos à composição corporal, crianças alto-xinguanas apresentaram valores maiores. Portanto, o estado nutricional observado entre as crianças alto-xinguanas foi melhor do que o das crianças Ikpeng, independentemente do critério utilizado, dentre os disponíveis neste estudo.