OBESIDADE


FARMACOTERAPIA

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FARIA, André M. et al. Progressos recentes e novas perspectivas em farmacoterapia da obesidade. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, São Paulo, v. 54, n. 6, p. 516-529, ago. 2010. Disponível em Scielo

O aumento da prevalência da obesidade, nas últimas décadas, é alarmante, o que implica um grande número de pacientes sob risco de complicações metabólicas e cardiovasculares associadas. A eficácia modesta a longo prazo das modificações de estilo de vida isoladamente exige a necessidade de intervenções mais agressivas, seja por meio do uso adjuvante de medicamentos ou da abordagem mais radical cirúrgica. A cirurgia bariátrica, embora até hoje tenha se mostrado o método mais efetivo de tratamento dessa enfermidade, pode estar associada a complicações nutricionais e metabólicas ainda não totalmente esclarecidas. Contrasta com esse fato a disponibilidade limitada de agentes antiobesidade atualmente no mercado, além de fatos históricos que envolveram a suspensão de alguns fármacos previamente existentes, por questões de segurança. Este artigo tem como objetivo apresentar dados recentes de estudos clínicos de novas drogas propostas para o tratamento da obesidade com perspectivas breves de serem lançadas no mercado, caso passem pela aprovação das agências regulatórias. Nesta revisão serão discutidas a eficácia e a segurança desses fármacos, que incluem a lorcaserina (agonista serotoninérgico seletivo 5-HT2c), tesofensina (inibidor triplo de recaptação de monoaminas), liraglutide (análogo do GLP-1) e cetilistate (inibidor de lipases gastrointestinais), além das combinações de bupropiona/naltrexona, bupropiona/zonisamida, fentermina/topiramato e pramlintide/metreleptina.


ÍNDICE DE MASSA CORPORAL; 
CRIANÇA; ADOLESCENTE
 

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DUMITH, Samuel C.; FARIAS JÚNIOR, José Cazuza. Sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes: comparação de três critérios de classificação baseados no índice de massa corporal. Revista Panamericana de Salud Pública, Washington, v. 28, n. 1, p. 30-35, jul. 2010. Disponível em Scielo

OBJETIVO: Descrever e comparar o estado nutricional de crianças e adolescentes utilizando três critérios baseados no índice de massa corporal (IMC); analisar a concordância entre os critérios quanto à frequência de excesso de peso; investigar se os fatores associados ao excesso de peso diferem conforme o critério utilizado. MÉTODOS: Foram investigados: critério da International Obesity Task Force (IOTF), de 2000; de Conde e Monteiro, de 2006; e da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2007. Peso, estatura e aptidão física foram medidos em 525 escolares de escolas urbanas e rurais, com idade entre 7 e 15 anos (média = 11,0 ± 2,1). Utilizou-se o teste pareado de McNemar, a estatística kappa e a regressão de Poisson para avaliar, respectivamente, cada um dos objetivos. RESULTADOS: A prevalência geral de excesso de peso (sobrepeso + obesidade) foi de 28,4% para o critério da IOTF, 35,1% para o da OMS e 35,8% para o de Conde e Monteiro. Não houve diferença entre os critérios quanto à prevalência de excesso de peso em moças e rapazes. No entanto, para cada sexo, os critérios geraram resultados diferentes conforme o grupo etário, especialmente na faixa de 7 a 9 anos. Mesmo assim, a concordância (kappa) entre os critérios foi satisfatória: de 0,71 a 0,98, conforme o sexo e a faixa etária. Os fatores associados ao excesso de peso e as magnitudes das medidas de associação foram similares para os três critérios. CONCLUSÕES: O critério da IOTF produziu uma prevalência de excesso de peso 20% menor que os critérios da OMS e de Conde e Monteiro. Apesar das diferenças conforme sexo e idade, a concordância entre os critérios foi relativamente alta e os fatores associados ao excesso de peso foram os mesmos. Estudos com metodologia semelhante são necessários para determinar se os resultados encontrados se confirmam em outras populações de crianças e adolescentes.