017
FARIA, Neice Müller Xavier; FASSA, Anaclaudia Gastal; FACCHINI, Luiz Augusto. Intoxicação por agrotóxicos no Brasil: os sistemas oficiais de informação e desafios para realização de estudos epidemiológicos. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, n. 1, p. 25-38, jan./mar. 2007. Disponível em Scielo
O Brasil é um dos líderes mundiais em consumo de agrotóxicos e os trabalhadores expostos são numerosos e diversificados. As intoxicações agudas são a face mais visível do impacto destes produtos na saúde. A avaliação dos vários sistemas oficiais de informação que notificam os casos de intoxicações concluiu que nenhum deles responde adequadamente ao papel de sistema de vigilância. Na prática, só se registram os casos agudos e mais graves. Uma importante lacuna é a informação de exposição a agrotóxicos: a avaliação da única fonte oficial (os Receituários Agronômicos) revelou muitas limitações. A revisão das publicações brasileiras aponta um crescimento quantitativo e qualitativo dos estudos nesta área, com vários tipos de abordagens. O impacto da intensa carga química e o enorme contingente de trabalhadores expostos são duas importantes razões para o desenvolvimento da pesquisa epidemiológica sobre intoxicações por agrotóxicos, que no Brasil ainda tem um vasto campo para se desenvolver.
018
BOCHNER, Rosany. Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas SINITOX e as intoxicações humanas por agrotóxicos no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, n. 1, p. 73-89, jan./mar. 2007. Disponível em Scielo
Este trabalho apresenta o perfil das intoxicações por agrotóxicos, estes separados por agrotóxicos de uso agrícola, agrotóxicos de uso doméstico, produtos veterinários e raticidas, a partir da análise da base de dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), para o período de 1999 a 2003. Os resultados encontrados apontam perfis diferentes para as intoxicações causadas por estes quatro produtos. Enquanto intoxicações por agrotóxicos de uso agrícola e por produtos veterinários são mais freqüentes em adultos e em indivíduos do sexo masculino, intoxicações por agrotóxicos de uso doméstico e por raticidas são mais freqüentes em crianças e em indivíduos do sexo feminino. As letalidades também são muito diferentes, variando de 0,44% para os agrotóxicos de uso doméstico a 2,80% para os agrotóxicos de uso agrícola. Conclui-se que a análise conjunta das intoxicações por agrotóxicos, sem fazer distinção ao tipo de agrotóxico envolvido, é um erro, pois distorce os resultados encontrados, chegando a ocultar reais riscos. Faz-se necessário, assim, o cuidado de disponibilizar, de modo diferenciado, informações acerca de tais intoxicações.