“Pra ouvir para a vida, escute com cuidado”: 03/3 – Dia Mundial da Audição


 

Para o Dia Mundial da Audição 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu como tema:  “To hear for life, listen with care”, em tradução livre: “Pra ouvir para a vida, escute com cuidado” a fim de abordar a importância da escuta segura na prevenção da perda auditiva e na manutenção da capacidade de ouvir pela vida afora.

O termo “escuta segura’ refere-se, simplesmente, a um comportamento de escuta que não coloque a audição em risco. Esse risco depende de quão alto, por quanto tempo e com que frequência as pessoas são expostas a sons altos, seja através de dispositivos de áudio pessoais ou em locais de entretenimento, seja no ambiente ao seu redor, como no trânsito, no local de trabalho ou em casa.

A campanha da OMS tem as seguintes mensagens-chave:

– É possível ter boa audição ao longo da vida por meio de cuidados;
– Muitas causas comuns de perda auditiva podem ser evitadas, incluindo a causada pela exposição a sons altos;
– A ‘escuta segura’ pode mitigar o risco de perda auditiva associada à exposição ao som recreativo;
– Apelo aos governos, parceiros da indústria e sociedade civil para conscientizar e implementar padrões baseados em evidências que promovam a escuta segura.

Globalmente, mais de 1,5 bilhão de pessoas experimentam algum grau de perda auditiva. Destes, estima-se que 430 milhões tenham perda auditiva moderada ou grave no ouvido com melhor audição. Na Região das Américas cerca de 217 milhões de pessoas vivem com perda auditiva, ou seja, 21,52% da população. Até 2050, esse número pode subir para 322 milhões.

A audição é constituída por um sistema de canais que conduz o som até o ouvido interno, onde essas ondas são transformadas em estímulos elétricos que são enviados ao cérebro, órgão responsável pelo reconhecimento e identificação daquilo que se ouve.

Os ouvidos são os órgãos que processam os sons, permitindo que o cérebro interprete o que se está ouvindo. Ouvir sons altos por longos períodos de tempo pode causar danos que resultem em perda auditiva temporária ou permanente ou sensação de zumbido no ouvido.

A perda auditiva pode não ser perceptível inicialmente e causar problemas para ouvir alguns sons agudos, como sinos. Porém, continuar ouvindo em níveis inseguros leva à perda auditiva irreversível e, como consequência, trará dificuldades de comunicação com outras pessoas, especialmente em locais barulhentos, como restaurantes e mercados.

A surdez ou a diminuição da audição não tratadas representam um desafio significativo para todas as faixas etárias, dificultando o desenvolvimento da linguagem, da comunicação, da cognição, limitando o acesso à educação, ao emprego e às interações sociais, o que gera impacto de longo alcance na vida das pessoas afetadas e de suas famílias.

Ações urgentes são necessárias para prevenir e tratar o problema, a fim de mitigar seus reflexos em todas as fases da vida, com atendimento oportuno e apropriado, por meio das tecnologias e intervenções disponíveis e eficazes, garantindo às pessoas com deficiência auditiva, a oportunidade de realizar todo o seu potencial.

Em 2021, a OMS publicou o Relatório Mundial sobre Audição (em inglês) – documento que representa um apelo global à ação para lidar com a perda auditiva e doenças do ouvido ao longo da vida.


Recomendações para a população
:

– Boa audição e comunicação são importantes em todas as fases da vida.
– A perda auditiva (e as doenças auditivas relacionadas) pode ser evitada por meio de ações preventivas como: proteção contra sons altos; boas práticas de cuidado do ouvido e imunização.
– A perda auditiva (e doenças auditivas relacionadas) pode ser tratada quando identificada em tempo hábil, com os cuidados apropriados.
– Pessoas com risco de perda auditiva devem verificar sua audição regularmente.
– Pessoas com perda auditiva (ou doenças de ouvido relacionadas) devem procurar atendimento de um profissional de saúde.

Obs.: Doenças como sífilis, rubéola e toxoplasmose quando contraídas durante a gestação podem provocar surdez nas crianças. Por isso, faz-se necessário um adequado cuidado pré-natal. Mulheres devem tomar a vacina contra a rubéola antes da adolescência para que durante a gravidez estejam protegidas contra a doença.

 

Fontes:

Organização Pan-Americana de Saúde
SOALHEIRO, Marcia. Serviço de Audiologia do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana/ENSP/Fiocruz/MS
World Health Organization