“Saúde Renal para Todos: Educando sobre a Doença Renal”: 10/3 – Dia Mundial do Rim


 

O Dia Mundial do Rim em 2022 será comemorado no dia 10 de março (2ª. quinta-feira do mês). A campanha de saúde global apresenta o tema “Saúde Renal para Todos: Educando sobre a Doença Renal”.

O movimento tem como objetivo disseminar as informações sobre a doença renal para os profissionais de saúde e a população em geral, focando na prevenção, diagnóstico precoce e tratamento.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), entidade que promove a campanha no País, uma em cada 10 pessoas em todo o mundo tem alguma doença renal que, se não diagnosticada e tratada de forma correta, pode ser mortal. “Vale ressaltar que doença renal crônica não tem cura! O paciente diagnosticado com a doença deve seguir o tratamento ao longo da sua vida, seja com a diálise ou o transplante renal”, enfatiza o médico nefrologista e Presidente da Pró-Rim, Dr. Marcos A. Vieira.

Atualmente, mais de 140 mil pessoas no Brasil dependem da diálise para manter sua vida. Entre estes pacientes renais crônicos, a maioria são diabéticos e hipertensos, doenças popularmente conhecidas como fatores de risco para o desenvolvimento da doença renal. “É importante que o acompanhamento de doenças como diabetes e hipertensão arterial visem também a prevenção do comprometimento dos rins, evitando consequências mais graves para o organismo”, comenta o nefrologista.

A International Society of Nephrology (ISN) estima que a mortalidade relacionada à doença renal continua aumentando anualmente e deve ser a 5ª principal causa de morte até 2040.

Existe uma lacuna persistente e contínua no conhecimento sobre a Doença Renal Crônica, perceptível em todos os níveis da atenção à saúde – essa lacuna precisa ser preenchida para que os cuidados com os rins melhorem!


A doença renal crônica (DRC) se caracteriza pela lesão irreversível nos rins, mantida por três meses ou mais. Quando diagnosticada de forma precoce, sua progressão pode ser controlada ou retardada, na maior parte dos casos. Porém, em geral, a DRC não provoca sintomas significativos ou específicos nos estágios iniciais, fazendo com que seja fundamental o conhecimento sobre a doença, seus principais fatores de risco (como hipertensão arterial e diabetes mellitus) e exames simples de rastreamento diagnóstico (creatinina sérica e exame de urina).

As celebrações da data têm como foco a educação sobre a doença renal em todos os setores de saúde:

– Comunidade: Os obstáculos para uma melhor compreensão da saúde renal incluem a linguagem complexa utilizada nas informações sobre a DRC, a falta de conhecimento básico, a disponibilidade limitada de informações sobre o tema e a falta de prontidão para o aprendizado.

– Profissional da saúde: Outra barreira que deve ser superada para garantir uma melhor conscientização sobre a doença renal, é a formação mais focada dos médicos relativa ao tema.

– Formuladores de políticas em saúde pública: A doença renal crônica é uma ameaça global à saúde pública, mas não é priorizada nas agendas governamentais de saúde, junto às outras Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).

Além disso, a campanha mundial pretende:

– Reforçar a importância de incentivar a população geral e os pacientes renais crônicos a adotarem um estilo de vida saudável;

– Conscientizar os pacientes renais e suas famílias, capacitando-os para alcançarem uma melhor qualidade de vida;

– Incentivar e apoiar médicos da atenção primária a melhorarem o conhecimento e condução da DRC em todo o espectro de prevenção da doença;

– Integrar a DRC às outras DCNT em programas de serviços abrangentes e integrados, possibilitando a detecção precoce e rastreamento da doença renal crônica em âmbito nacional, além de informar os gestores públicos sobre o impacto da doença nos orçamentos/sistemas de saúde, encorajando a adoção de políticas e alocação de recursos, de forma a garantir a todos os renais crônicos uma adequada qualidade de vida.

 

Insuficiência renal é a condição na qual os rins perdem a capacidade de efetuar suas funções básicas. A insuficiência renal pode ser aguda, quando ocorre súbita e rápida perda da função renal, ou crônica, quando esta perda é lenta, progressiva e irreversível.

Funções dos rins:

 – limpar todas as impurezas e as toxinas de nosso corpo;

– regular a água e manter o equilíbrio das substâncias minerais do corpo (sódio, potássio e fósforo);

– liberar hormônios para manter a pressão arterial e regular a produção de células vermelhas no sangue;

– ativar a vitamina D, que mantém a estrutura dos ossos.

Principais causas da insuficiência renal aguda:

– choque circulatório;

– sepse (infecção generalizada);

– desidratação;

– queimaduras extensas;

– excesso de diuréticos;

– obstrução renal;

– insuficiência cardíaca grave;

– glomerulonefrite aguda (inflamação nos glomérulos – unidades filtrantes do rim). 

A doença renal crônica está associada a duas doenças de alta incidência na população brasileira: hipertensão arterial e diabetes.

Como o rim é um dos responsáveis pelo controle da pressão arterial, quando ele não funciona adequadamente há alteração nos níveis de pressão. A mudança dos níveis de pressão também sobrecarrega os rins. Portanto, a hipertensão pode ser a causa ou a consequência da disfunção renal, e seu controle é fundamental para a prevenção da doença.

Já a diabetes pode danificar os vasos sanguíneos dos rins, interferindo no funcionamento destes órgãos, que não conseguem filtrar o sangue corretamente. Mais de 25% das pessoas com diabetes tipo I e 5 a 10% dos portadores de diabetes tipo II desenvolvem insuficiência renal.

Outras causas são: nefrite (inflamação dos rins), cistos hereditários, infecções urinárias frequentes que danificam o trato urinário e doenças congênitas.

Sintomas:

A progressão lenta da doença permite que o organismo se adapte à diminuição da função renal. Por isso, muitas vezes, a doença não manifesta sintomas até que haja um comprometimento grave dos rins, com perda de até 90% de sua função. Nesses casos, os sinais são:

– aumento do volume e alteração na cor da urina;

– fadiga;

– dificuldade de concentração;

– diminuição do apetite;

– sangue e espuma na urina;

– incômodo ao urinar;

– inchaço nos olhos, tornozelos e pés;

– dor lombar;

– anemia;

– fraqueza;

– enjoos e vômitos;

– alteração na pressão arterial.

Prevenção:

O primeiro passo é prevenir o desenvolvimento da hipertensão arterial e controlar a diabetes, doenças que mais levam à insuficiência renal.

– conhecer o histórico de doenças da sua família;

– controlar os níveis de pressão;

– realizar avaliação médica anual, principalmente após os quarenta anos;

– seguir uma dieta equilibrada, com baixa ingestão de sal e de açúcar;

– controlar seu peso;

– exercitar-se regularmente;

– não fumar;

– se fizer uso de bebidas alcoólicas, que seja de forma moderada;

– monitorar seus níveis de colesterol;

– evitar o uso de medicamentos sem orientação médica.

 

Fontes:

 

Fundação Pró-Rim
International Society of Nephrology
Sociedade Brasileira de Nefrologia
World Kidney Day