SERVIÇOS DE SAÚDE


ODONTOLOGIA

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BARROS, Aluísio J. D.; BERTOLDI, Andréa D. Desigualdades na utilização e no acesso a serviços odontológicos: uma avaliação em nível nacional. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 7, n. 4, p. 709-17, 2002. Disponível em Scielo

Para avaliar a situação de utilização e acesso aos serviços de odontologia no Brasil e estudar diferenciais entre os estratos socioeconômicos, utilizaram-se dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) de 1998, realizada pelo IBGE. A análise, que levou em conta o desenho amostral, indicou um nível baixo de utilização de serviços odontológicos. Setenta e sete por cento das crianças de 0-6 anos e 4% dos adultos de 20-49 anos nunca haviam consultado um dentista. Entre estes adultos, comparando-se os 20% mais pobres com os 20% mais ricos, observou-se que o número de desassistidos era 16 vezes maior entre os primeiros. No grupo de 0-6 anos, as crianças ricas consultaram o dentista cinco vezes mais do que as pobres no ano anterior à entrevista. Cerca de 4% dos que procuraram atendimento odontológico não o obtiveram, 8% dos quais entre os mais pobres e 1% entre os mais ricos. A maioria (68%) dos atendimentos do grupo mais pobre foi financiada pelo SUS, enquanto 63% deles foram pagos pelos mais ricos. As maiores desigualdades no acesso e na utilização de serviços odontológicos foram encontradas, exatamente, nos grupos de menor acesso ou utilização. A participação do SUS nos atendimentos odontológicos é muito mais baixa do que na atenção médica.

UTILIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE

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PINHEIRO, Rejane Sobrino; VIACAVA, Francisco; TRAVASSOS, Cláudia et alGênero, morbidade, acesso e utilização de serviços de saúde no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 7, n. 4, p. 687-707, 2002. Disponível em Scielo

O objetivo deste trabalho é analisar o perfil de morbidade referida, acesso e uso de serviços de saúde em homens e mulheres no Brasil, segundo idade e região urbana e rural. Os dados da PNAD/98 mostram que as diferenças de gênero na morbidade variam com a idade: desfavoráveis aos meninos até os 10 anos e desfavoráveis às mulheres à partir dos 15 anos, aumentando até os 64 anos e reduzindo após esta idade. A alta prevalência de atendimento indica que as barreiras de acesso dos que procuram serviços de saúde são pequenas. No entanto, o elevado percentual de não procura face às necessidades percebidas sugere que as barreiras de acesso são anteriores e dependem da oferta. A cobertura por planos de saúde é bem maior  na região urbana, mas não há diferenças de gênero significantes nas regiões. As diferenças entre homens e mulheres nas taxas de uso curativo são pequenas, se comparadas com as de uso preventivo, maiores para as mulheres, assim como as taxas de internação, mesmo excluindo os partos. O financiamento das internações não foi diferente entre homens e mulheres, ao contrário do financiamento de outros tipos de atendimento: maior cobertura por planos para mulheres  na região urbana; na região rural, maior uso do SUS para as mulheres e maior desembolso de recursos próprios para os homens.

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SAWYER, Diana Oya; LEITE, Yuri da Costa; ALEXANDRINO, Ricardo. Perfis de utilização de serviços de saúde no BrasilCiência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 7, n. 4, p. 757-76, 2002. Disponível em Scielo

Serviços de saúde devem responder às demandas populacionais que resultam da conjugação de fatores sociais, individuais e culturais. Para isso, faz-se necessário o conhecimento do padrão de consumo de serviços de saúde. Neste artigo, quatro perfis de consumo de saúde foram gerados a partir da aplicação da técnica do Grade of Membership (GoM). O modelo teórico de utilização de serviços de saúde proposto por Andersen serviu como marco de referência da análise, permitindo que estimativas da demanda por serviços de saúde fossem feitas segundo níveis altos e baixos de capacitação, necessidade e predisposição para o consumo. Ressalta-se que especial atenção deve ser dada ao grupo de alta necessidade e predisposição, e baixa capacitação, que representa 14% da população brasileira acima de 14 anos de idade (exceto a região Norte) e é composto, predominantemente, por idosos que moram sozinhos e têm alta necessidade de serviços especializados.