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FELICIANO, Katia Virginia de Oliveira. Prevenção da AIDS entre os jovens: significados das práticas e os desafios à técnica. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, v. 5, n. 4, p. 429-438, out./dez. 2005. Disponível em Scielo
Estudo qualitativo, baseado na Teoria da Ação Comunicativa de Habermas, desenvolvido para investigar as sintonias e/ou tensões entre os discursos técnicos e práticos no campo da sexualidade e da prevenção da AIDS. O substrato empírico consistiu-se de entrevistas individuais com 26 jovens de ambos os sexos, entre 15-20 anos de idade, estudantes de escolas públicas e privadas, moradores da Região Metropolitana do Recife. Os resultados mostram desacordos importantes entre os pressupostos e lógicas argumentativas das duas modalidades de discursos, ressaltando a necessidade de uma atitude construtivista e interativa por parte dos profissionais de saúde na formulação de estratégias preventivas.
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MELCHIOR, Regina; NEMES, Maria Ines Battistella; BASSO, Cáritas Relva et al. Avaliação da estrutura organizacional da assistência ambulatorial em HIV/Aids no Brasil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 40, n. 1, p. 143-151, jan./fev. 2006. Disponível em Scielo
OBJETIVO: No contexto de acesso universal à terapia antiretroviral, os resultados do Programa de Aids dependem da qualidade do cuidado prestado. O objetivo do estudo foi avaliar a qualidade do cuidado dos serviços ambulatoriais que assistem pacientes de Aids. MÉTODOS: Estudo realizado em sete Estados brasileiros, em 2001 e 2002. Foi avaliada a qualidade do atendimento a pacientes com Aids quanto à disponibilidade de recursos e a organização do trabalho de assistência. Um questionário com 112 questões estruturadas abordando esses aspectos, foi enviado a 336 serviços. RESULTADOS: A taxa de resposta foi de 95,8% (322). Os indicadores de disponibilidade de recursos mostram uma adequação maior do que os indicadores de organização do trabalho. Não faltam antiretrovirais em 95,5% dos serviços, os exames de CD4 e Carga Viral estão disponíveis em quantidade adequada em 59 e 41% dos serviços, respectivamente. Em 90,4% dos serviços há pelo menos um profissional não médico (psicólogo, enfermeiro ou assistente social). Quanto à organização, 80% não agendavam consulta médica com hora marcada; 40,4% agendavam mais que 10 consultas médicas por período; 17% não possuíam gerentes exclusivos na assistência e 68,6% não realizavam reuniões sistemáticas de trabalho com a equipe. CONCLUSÕES: Os resultados apontam que além de garantir a distribuição mais homogênea de recursos, o programa precisa investir no treinamento e disseminação do manejo do cuidado, conforme evidenciado nos resultados da organização de trabalho.
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SEIDL, Eliane Maria Fleury; ROSSI, Walnicéia dos Santos; VIANA, Keylla Furuhashi et al. Crianças e adolescentes vivendo com HIV/Aids e suas famílias: aspectos psicossociais e enfrentamento. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 21, n. 3, p. 279-288, set./dez. 2005. Disponível em Scielo
O estudo teve por objetivos: descrever aspectos sociodemográficos, médico-clínicos e da organização familiar de crianças e adolescentes soropositivos infectados pela transmissão vertical; descrever dificuldades e estressores percebidos pelos cuidadores sobre aspectos psicossociais e do tratamento para o HIV e analisar estratégias de enfrentamento utilizadas. Participaram 43 cuidadores primários, a maioria (N = 24) mães soropositivas; a idade variou de 18 a 68 anos. Os instrumentos incluíram entrevista semi-estruturada e a Escala Modos de Enfrentamento de Problemas (EMEP). Os resultados revelaram a presença de dificuldades em áreas como adesão ao tratamento, revelação do diagnóstico para a criança/adolescente e informação sobre o diagnóstico na escola. Quanto às estratégias de enfrentamento, houve predomínio de busca de práticas religiosas/pensamento fantasioso e focalização no problema, segundo escores da EMEP. O estudo indica a necessidade das equipes de saúde se qualificarem para atendimento a demandas psicossociais, visando atenção integral e interdisciplinar a familiares e crianças/adolescentes vivendo com HIV/aids.