“Solidariedade global, responsabilidade compartilhada”: 01/12 – Dia Mundial da Aids 2020


Em 1º de dezembro, a Organização Mundial da Saúde se une a todos os envolvidos para homenagear aqueles que trabalham para fornecer serviços de HIV e apelar aos líderes globais e cidadãos para que se unam pela “solidariedade global” e mantenham os serviços essenciais de HIV durante a pandemia de COVID 19 e além.

É um chamamento para enfocar os grupos vulneráveis ​​que já estão em risco e expandir a cobertura para crianças e adolescentes. E, em 2020, Ano Internacional da Enfermeira e da Parteira, há também um apelo por mais proteção e apoio para esses profissionais de saúde que há muito tempo estão na linha de frente da prestação de serviços de HIV.

O mundo fez progressos significativos desde o final da década de 1990, mas o HIV continua sendo um grande problema de saúde pública global. E como muitos outros problemas importantes de saúde, enfrenta desafios adicionais durante a pandemia.

Os serviços de prevenção, teste, tratamento e assistência ao HIV estão sendo interrompidos, especialmente em países com sistemas de saúde frágeis. A interrupção da rotina de serviços essenciais para o HIV está ameaçando vidas e qualquer desaceleração na prestação desses serviços deixará muitas populações vulneráveis ​​e em maior risco de infecção por HIV e mortes relacionadas à Aids.

Aids, ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, é uma doença infecto-contagiosa causada pelo vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus), que leva à perda progressiva da imunidade. A doença – na verdade, uma síndrome – caracteriza-se por um conjunto de sinais e sintomas advindos da queda da taxa dos linfócitos CD4, células muito importantes na defesa imunológica do organismo. Quanto mais a moléstia progride, mais compromete o sistema imunológico e, consequentemente, a capacidade de a pessoa defender-se de infecções.

A transmissão do HIV e, por consequência da Aids, acontece das seguintes formas:

– Sexo vaginal, anal ou oral sem uso de preservativo;
– Uso de seringa por mais de uma pessoa;
– Transfusão de sangue contaminado;
– Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação;
– Instrumentos que furam ou cortam, não esterilizados.

Sintomas:

Na maioria dos casos, os sintomas iniciais podem ser tão leves que são atribuídos a um mal estar passageiro. Quando se manifestam mais intensamente, são os mesmos de várias outras viroses, mas podem variar de acordo com a resposta imunológica de cada indivíduo.

Os mais comuns são febre constante, manchas na pele (sarcoma de Kaposi), calafrios, ínguas, dores de cabeça, de garganta e dores musculares, que surgem de 2 a 4 semanas após a pessoa contrair o vírus.

Nas fases mais avançadas, é comum o aparecimento de doenças oportunistas como tuberculose, pneumonia, meningite, toxoplasmose, candidíase etc.

Tratamento:

Os primeiros medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980. Eles agem inibindo a multiplicação do HIV no organismo e, consequentemente, evitam o enfraquecimento do sistema imunológico. O desenvolvimento e a evolução dos antirretrovirais para tratar o HIV transformaram o que antes era uma infecção quase sempre fatal em uma condição crônica controlável, apesar de ainda não haver cura.

Por isso, o uso regular dos ARV é fundamental para garantir o controle da doença e prevenir a evolução para a Aids. A boa adesão à terapia antirretroviral (TARV) traz grandes benefícios individuais, como aumento da disposição, da energia e do apetite, ampliação da expectativa de vida e o não desenvolvimento de doenças oportunistas.

Também pode-se dizer que o tratamento pode ser usado como uma forma de prevenção muito eficaz para pessoas vivendo com HIV, evitando, assim, a transmissão do HIV por via sexual.

Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) todos os medicamentos antirretrovirais e, desde 2013, o SUS garante tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV (PVHIV), independentemente da carga viral. Atualmente, existem 21 medicamentos disponíveis, em 37 apresentações farmacêuticas.

Prevenção:

O uso de preservativos nas relações sexuais é a forma mais eficaz de prevenção da Aids. Também é imprescindível usar somente seringas descartáveis.

A prevenção combinada abrange o uso do preservativo masculino ou feminino, ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das IST, testagem para HIV, sífilis e hepatites virais B e C, profilaxia pós-exposição ao HIV, imunização para HPV e hepatite B, prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatite B, tratamento antirretroviral para todas as pessoas vivendo com HIV, redução de danos, entre outros.

Fontes:

Dr. Dráuzio Varella
Ministério da Saúde
Organização Mundial da Saúde
Organização Pan Americana da Saúde
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS)