TABAGISMO


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NAKAMURA, Mary Uchiyama; ALEXANDRE, Sandra Maria; SANTOS, Jorge Francisco Kuhn dos et al. Obstetric and perinatal effects of active and/or passive smoking during pregnancySão Paulo Medical Journal, São Paulo, v. 122, n. 3, p. 94-98, maio 2004. Disponível em Scielo

Observamos elevada incidência de tabagismo na gravidez (55,7%) incluindo fumantes ativas (5,5%), passivas (35,9%) e ativas-passivas (14,3%). As fumantes ativas e ativas-passivas mostraram-se com idade e paridade superiores, enquanto as ativas apresentavam menor grau de instrução e maior incidência de abortamentos prévios. Os neonatos de mães tabagistas tiveram menor peso. O estudo foi realizado principalmente com pacientes de baixo nível sócioeconomico-cultural, possivelmente explicando a elevada incidência de tabagistas. Ressaltamos que 35,9% das não-fumantes eram, na realidade, fumantes passivas. Estes resultados foram similares àqueles da literatura. O mesmo pode ser dito em relação a ocorrência de aborto e recém-nascidos de baixo peso. A nicotina não filtrada está presente na fumaça de cigarro ambiental, cujo policiamento governamental da poluição se mostra inefetivo. Além disso, atitude típica das jovens adolescentes de permissividade e acesso à livre propaganda do cigarro na mídia contribuem para um início precoce de aquisição do vício durante a gravidez no nosso País. Enfatizamos as dificuldades em quantificar a exposição ao cigarro mesmo em fumantes ativas, pior ainda para as passivas. A fumaça do cigarro inalada de forma voluntária ou não repercute desfavoravelmente sobre o binômio materno-fetal.