15/5: Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares


Com o objetivo de conscientizar as autoridades sanitárias, gestores de hospitais e trabalhadores de saúde sobre a importância do controle das infecções hospitalares, a Lei nº 11.723/2.008 instituiu essa comemoração. Nesta data, os serviços de saúde, em especial os hospitais, devem desenvolver campanhas de comunicação social e ações educativas a fim de aumentar a consciência pública sobre o problema representado pelas infecções hospitalares e a necessidade de sua prevenção e de seu controle.

Infecção Hospitalar é a infecção adquirida após a admissão do paciente na unidade hospitalar e pode se manifestar durante a internação ou após a alta. Pela sua gravidade e aumento do tempo de internação do paciente, é causa importante de morbidade e mortalidade, caracterizando-se como problema de saúde pública.
 
A incorporação de novos métodos terapêuticos e tecnologias, possibilitou que muitos tratamentos antes disponibilizados somente em hospitais, hoje sejam administrados em regime domiciliar (Programa Saúde da Família – PSF e Atendimento Domiciliar), em Hospitais-Dia (serviço dentro de um hospital onde o paciente fica durante o dia para receber tratamentos especiais) e clínicas especializadas.
 
Nesta nova realidade da assistência à saúde, o conceito de infecção hospitalar foi ampliado, passando a incorporar as infecções relacionadas à assistência à saúde. A Portaria MS/GM nº 2.616/1.998 estabelece as diretrizes e normas para o controle de infecção hospitalar no país, e as competências dos diferentes níveis de governo e dos serviços de saúde.
 
As infecções hospitalares são um problema multifatorial que exige uma série de ações que devem ser organizadas nos serviços de saúde, dentro do Programa de Controle de Infecção, conforme determina a Lei 9.431/1.997.
 
Prevenção e controle:
Entre as ações de prevenção e controle, destacam-se a higienização das mãos, a elaboração e a aplicação de uma série de protocolos de prevenção, a aplicação de medidas de precaução e isolamento, o gerenciamento do uso de antimicrobianos, protocolos de limpeza e desinfecção de superfícies.
A forma mais simples e efetiva de evitar a transmissão de infecções em ambiente hospitalar é a higienização de mãos. Pode ser por meio da lavagem com água e sabão ou por meio de fricção com álcool 70%. Essa recomendação vale tanto para profissionais de saúde quanto para visitantes e também pacientes. A atenção aos cuidados de precaução, sinalizados pela equipe de saúde, também devem ser observados, para se evitar transmissão de doenças e agentes nocivos no ambiente hospitalar.
Como paciente, além de higienizar suas mãos, principalmente antes das refeições e após usar o banheiro, procure estabelecer uma boa comunicação com a equipe de saúde para entender com clareza os cuidados que lhe estão sendo direcionados e, dessa forma, contribuir ativamente com a sua recuperação.
Cuidados a serem adotados durante visitas ao hospital:
O visitante deve sempre higienizar as suas mãos na chegada ao hospital, antes e após tocar o paciente ou superfícies próximas ao seu redor e ao sair do hospital. Essa higienização pode ser feita tanto com água e sabão quanto pela fricção das mãos com álcool a 70%, o qual deve estar disponível em todo o hospital.
Para que a higienização das mãos possa ser mais efetiva, é importante que os adornos sejam retirados (por exemplo, anéis, pulseiras e relógios), para facilitar o contato da água ou do álcool com a superfície da pele que está sendo higienizada. A manutenção das unhas curtas e limpas também pode auxiliar. Não é recomendado que o visitante leve alimentos para o paciente sem a autorização e o conhecimento prévio do médico e/ou da nutricionista, sob o risco de prejudicar seu tratamento.
Evite, também, levar flores e/ou plantas para o quarto do paciente. Apesar desse gesto ser entendido como representativo de cuidado e carinho, ele pode contribuir para a disseminação de insetos, como formigas e aranhas, no ambiente hospitalar. As plantas podem, ainda, trazer a presença de esporos fúngicos que, se inalados pelos pacientes imunossuprimidos, podem causar uma doença pulmonar grave, com risco inclusive de óbito.
Preferencialmente, não se deve levar crianças para realizar visitas no hospital. Como as crianças ainda se encontram em período de imunização contra doenças transmissíveis, elas podem mais facilmente tanto transmitir quanto adquirir infecções dentro do ambiente hospitalar, até mesmo por não terem maturidade suficiente para atender adequadamente às medidas de precaução e isolamento recomendadas.
Não sentar na cama do paciente, nem em camas vagas ao lado do paciente. Essa é uma atitude que demonstra educação e respeito ao próximo paciente que irá ocupar o leito.
Se houver alguma placa ou orientação na porta do quarto, procure algum profissional de saúde responsável pelo paciente antes de entrar. Dessa forma, você receberá informações úteis que irão auxiliá-lo durante a permanência no hospital, podendo cooperar para o controle das infecções.
 
Lavagem das mãos:
 
As mãos devem ser umedecidas antes de colocar o sabão, de preferência líquido, para evitar que se toque no reservatório. Em seguida, esfregam-se bem o dorso, a palma, os dedos e o vão entre os dedos. É preciso tomar cuidado também com a área embaixo das unhas. Se a pessoa tem unhas mais longas, deve colocar sabão e esfregar embaixo delas. Nos hospitais, existem espátulas que ajudam a limpar essa região. Na hora de enxaguar, os dedos devem ser virados para cima, na direção da água que cai. Não devem ser usadas toalhas de pano para secar as mãos e, sim, toalhas de papel que servirão também para fechar a torneira. De que adiantará lavar bem as mãos se, depois, tocarmos na torneira contaminada?
 
“Super bactérias”:
 
O termo “superbactéria” é popularmente conferido às bactérias multirresistentes. Além de não ser tecnicamente correto, dá uma noção superestimada do risco dessas bactérias. As chamadas “super bactérias” na verdade são bactérias já conhecidas, presentes normalmente no corpo humano (por exemplo, intestino e pele), porém que se tornaram resistentes aos antibióticos hoje disponíveis, principalmente devido ao uso abusivo desses medicamentos  dentro e fora do hospital. No ambiente hospitalar, são chamadas de bactérias multirresistentes. Quando um paciente adquire uma infecção por uma bactéria multirresistente, as opções terapêuticas para o seu tratamento são menores e a chance de uma adequada recuperação fica prejudicada. Em muitos casos, se faz necessária a utilização de antibióticos ou combinações menos usuais para o seu tratamento.

Fontes: