VIGILÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA


MORTALIDADE; MEDICINA LEGAL; CAUSAS EXTERNAS; CONFIABILIDADE DOS DADOS

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SOARES FILHO, Adauto Martins et al. Vigilância da mortalidade no Brasil: fatores associados à certificação de causa externa inespecífica de morte. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, [online], v. 27, n. 4, p. 1289-1300, abr. 2022. Disponível em Scielo

O objetivo deste artigo é analisar a associação entre características do óbito – tipo de certificador e local do óbito – e a chance de um óbito por causa externa ser certificado como inespecífico no Brasil. Estudo transversal com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade de 2017. Causa externa inespecífica (CEI) é a variável desfecho nos modelos. As exposições de interesse foram tipo de médico certificador, local do óbito e a interação destas variáveis. Variáveis confundidoras foram controladas por regressão logística múltipla. As CEI foram a causa básica inicial de 22% dos 159,7 mil óbitos por causas externas no Brasil e 31% dos óbitos hospitalares emitidos por médicos-legistas. Após ajuste para confundidores, a chance de CEI em um óbito hospitalar certificado por legista foi 98% maior (OR=1,98; IC95%: 1,53; 2,56) do que em um óbito domiciliares/via pública emitido por outro certificador. Esta foi maior do que as chances para certificação por legista (OR=1,23; IC95%: 1,14; 1,33) e óbito hospitalar (OR=1,44; IC95%: 1,32; 1,58). As causas externas certificadas por médicos-legistas e/ou ocorridas em hospitais têm maior presença de CEI do que outras mortes; e indicam a necessidade de iniciativas coordenadas dos setores da saúde e segurança pública.