VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA


ASSISTÊNCIA AO PARTO; PUERPÉRIO; SAÚDE DA MULHER; NEAR-MISS

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AGUIAR, Cláudia de Azevedo; FELICIANO, Roselane Gonçaves; TANAKA, Ana Cristina d’Andretta. Near-miss materno e violência obstétrica: uma relação possível? Sexualidad, Salud y Sociedad, Rio de Janeiro, [online], n. 38, e22208, 2022. Disponível em Scielo

Este estudo objetiva analisar a compreensão das mulheres que vivenciaram a morbidade materna aguda grave (near-miss materno) sobre a assistência obstétrica recebida. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, com referencial metodológico da história oral temática, realizada por meio de entrevistas presenciais. Participaram do estudo doze mulheres de diferentes regiões brasileiras e que vivenciaram o near-miss materno, principalmente, por complicações de síndromes hipertensivas, hemorragias e infecções. Das memórias coletivas emergidas, identificou-se a violência obstétrica na forma de: I. abuso físico; II. intervenções não consentidas ou aceitas com base em informações parciais ou distorcidas; III. cuidado não confidencial ou privativo; IV. tratamento não digno e abuso verbal; e V. abandono, negligência ou recusa de atendimento. Em conclusão, a violência obstétrica pode somar-se aos eventos que culminarão no near-miss materno e, nesse sentido, é potencialmente ameaçadora da vida.

 

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER; HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA; ASSISTÊNCIA AO PARTO; PARTO HUMANIZADO

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BITENCOURT, Angélica de Cássia; OLIVEIRA, Samanta Luzia de; RENNO, Giseli Mendes. Violência obstétrica para os profissionais que assistem ao parto. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, [online], v. 22, n. 4, p. 943-951, out./dez. 2022. Disponível em Scielo

Objetivos: conhecer a percepção de violência obstétrica para os profissionais que atuam na assistência ao trabalho de parto e parto. Métodos: a pesquisa foi de abordagem qualitativa. Os participantes da pesquisa foram 22 profissionais que prestam ou prestaram assistência à mulher durante o trabalho de parto e parto. A amostra foi definida pela saturação de dados. A análise dos dados coletados foi realizada utilizando a proposta de análise de conteúdo de Bardin. Resultados: foram identificadas cinco categorias, os profissionais salientaram a existência de um processo de mudança na assistência ao parto e a importância de respeitar a fisiologia e intervir quando necessário. Ficou evidente que a violência verbal é uma das formas mais recorrentes de violência obstétrica. Os fatores apontados como determinantes para a existência da violência foram a interação parturiente e equipe, falta de preparo do profissional e os problemas institucionais. Mesmo com diversas falas sobre a violência obstétrica, alguns profissionais salientaram não vivenciar na prática. Conclusões: percebe-se a necessidade de investir em estratégias para inibir a violência obstétrica e humanizar a assistência por meio de capacitação dos profissionais e orientação das mulheres sobre os seus direitos.