POLIOMIELITE


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TEIXEIRA-ROCHA, Eduardo Souza; 
CARMO, Eduardo Hage; TAVARES-NETO, José. Ocorrência de poliomielite associada à vacina no Brasil, 1995 a 2001. Revista Panamericana de Salud Publica, Washington, v. 18, n. 1, p. 21-24, jul. 2005.
Disponível em Scielo

OBJETIVO: Descrever a ocorrência de poliomielite associada ao vírus vacinal no Brasil de 1995 a 2001 e determinar o risco observado para esse evento adverso. MÉTODOS: Este estudo retrospectivo utilizou os dados das fichas de investigação de notificações de paralisias flácidas agudas do Ministério da Saúde do Brasil. Foram considerados como casos os indivíduos com diagnóstico de paralisia flácida aguda com isolamento de vírus vacinal nas amostras de fezes ou seqüela compatível com poliomielite até 60 dias após o início da deficiência motora. Também foram incluídos os indivíduos em qualquer faixa etária que mantiveram contato com indivíduos vacinados entre 4 e 40 dias antes do início da doença e que desenvolveram deficiência motora entre 4 e 85 dias após esse contato. O risco foi calculado como a razão entre o número de casos e as respectivas doses aplicadas por ano, conforme o Programa Nacional de Imunização. RESULTADOS: Foram registrados 10 casos de pólio associada ao vírus vacinal no período. A média de idade foi de 4,7 meses. Quatro casos foram associados à primeira dose; quatro à segunda; e dois casos foram atribuídos a contato. Os sorotipos vacinais isolados foram o tipo 1 (dois casos); 2 (um caso); e 3 (três casos). Mais de um sorotipo foi isolado em quatro casos. Houve determinação dos sorotipos nos 10 casos. O risco observado para a poliomielite associada ao vírus vacinal durante o período foi de 1:5,11 milhões de primeiras doses e de 1:10,67 milhões para o total de doses. CONCLUSÃO: A presença de casos paralíticos provocados pela mesma política vacinal que objetiva a erradicação constitui-se no principal dilema técnico e ético da fase pós-eliminação da poliomielite.